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… Porque quem ama nunca sabe o que ama Nem sabe porque ama, nem o que é amar Amar é a eterna inocência, E a única inocência, não pensar…

Só Se Possuem Eternamente os Amigos de Quem Nos Separamos

O amor de alguém é um presente tão inesperado e tão pouco merecido que devemos espantar-nos que não no-lo retirem mais cedo. Não estou inquieto por aqueles que ainda não conheces, ao encontro de quem vais e que porventura te esperam: aquele que eles vão conhecer será diferente daquele que eu julguei conhecer e creio amar. Não se possui ninguém (mesmo os que pecam não o conseguem) e, sendo a arte a única forma de posse verdadeira, o que importa é recriar um ser e não prendê-lo. Gherardo, não te enganes sobre as minha lágrimas: vale mais que os que amamos partam quando ainda conseguimos chorá-los. Se ficasses, talvez a tua presença, ao sobrepor-se-lhe, enfraquecesse a imagem que me importa conservar dela. Tal como as tuas vestes não são mais que o invólucro do teu corpo, assim tu também não és mais para mim do que o invólucro de um outro que extraí de ti e que te vai sobreviver. Gherardo, tu és agora mais belo que tu mesmo.
Só se possuem eternamente os amigos de quem nos separamos.

Se as coisas são inatingíveis, não é motivo para não as querer. Que tristes os caminhos se não fosse a presença mágica das estrelas.

Timor

Andam lá sem descançar
Nas montanhas a lutar
Iluminam todo o mar
De Timor

Nas montanhas sem dormir
Uma luz a resistir
Arde sem se apagar
Em Timor

Andorinha de asa negra
Se o teu voo lá passar
Faz chegar um grande abraço
Dá saudades a Timor

Eles não podem escrever
Porque vão a combater
Vão de manhã defender
A Timor

As crianças a chorar
Não as posso consolar
Que eu nunca cheguei a ver
A Timor

Andorinha de asa negra
Vem ouvir o meu cantar
Ai que dor rasga o meu peito
Sem notícias de Timor

Nunca mais hei-de voltar
Já não posso lá voltar
À idade de lembrar
A Timor

Embora isto seja frequentemente usado com conotações negativas, eu vejo a ideologia como parte inerente da cultura.

O inconsciente é o oceano do indizível, o que foi expulso do território da linguagem, posto de lado em virtude de antigas proibições.

Encara o tempo como se estivesses encarando tua própria Vida. Tua Vida constitui-se de tempo. Quem mata o tempo está pondo fim à sua própria Vida.

Tenho Amor, sem Ter Amores

MOTE E GLOSA

Tenho amor, sem ter amores.

GLOSAS

Este mal que não tem cura,
Este bem que me arrebata,
Este rigor que me mata,
Esta entendida loucura
É mal e é bem que me apura;
Se equivocando os rigores
Da fortuna aos favores,
É remédio em caso tal
Dar por resposta ao meu mal:
Tenho amor, sem ter amores.
É fogo, é incêndio, é raio,
Este, que em penosa calma,
Sendo do meu peito alma,
De minha vida é desmaio:
E pois em moral ensaio
Da dor padeço os rigores,
Pergunta em tristes clamores
A causa da minha aflição,
Respondeu o coração:
Tenho amor, sem ter amores.

Todos nós temos talentos diferentes, mas todos nós gostaríamos de ter iguais oportunidades para desenvolver os nossos talentos.