Bom e Expressivo
Acaba mal o teu verso,
mas fĂĄ-lo com um desĂgnio:
Ă© um mal que nĂŁo Ă© mal,
Ă© lutar contra o bonito.Vai-me a essas rimas que
tĂŁo bem desfecham e que
sĂŁo o pĂŁo de lĂł dos tolos
e torce-lhes o pescoço,tal como o outro pedia
se fizesse Ă eloquĂȘncia,
e se houver um vossa excelĂȘncia
que grite: â NĂŁo Ă© poesia!,diz-lhe que nĂŁo, que nĂŁo Ă©,
que Ă© topada, lixa trĂȘs,
serração, vidro moĂdo,
papel que se rasga ou pe-dra que rola na pedra…
Mas também da rima «em cheio»
poderĂĄs tirar partido,
que a regra Ă© nĂŁo haver regra,a nĂŁo ser a de cada um,
com sua rima, seu ritmo,
nĂŁo fazer bom e bonito,
mas fazer bom e expressivo…
Poemas sobre Papéis de Alexandre O'Neill
2 resultados Poemas de papéis de Alexandre O'Neill. Leia este e outros poemas de Alexandre O'Neill em Poetris.
HĂĄ Palavras que Nos Beijam
HĂĄ palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mĂĄrmore distraĂdo
No papel abandonado)Palavras que nos transportam
Aonde a noite Ă© mais forte,
Ao silĂȘncio dos amantes
Abraçados contra a morte.