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O homem não consegue viver sem uma confiança duradoura em algo indestrutível nele mesmo, muito embora tanto o indestrutível como a confiança possam permanecer-lhe ocultos de maneira contínua. Uma das possibilidades dessa ocultação permanente é a crença em um Deus pessoal.

Lamento

Senhor! Senhor! que um ai nunca me ouviste
Na minha dôr!
Ai vida, vida minha, como és triste!…
Senhor! Senhor!

Quando eu nasci, o sol cobriu o rosto
Mal que eu o vi!
Tingiu-se o céo de sangue, e era sol-posto,
Quando eu nasci!

Pela manhã, a rosa era mais alva
Que a alva lã!
E o cravo desmaiou á estrella-d’alva,
Pela manhã!

Ao longe, o mar se ouviu, leão piedoso,
Um ai soltar!
Pelas praias, se ouviu gemer ancioso,
Ao longe, o mar!

Oh roixinol! a ti, nasce-te o dia
Ao pôr do sol!
Mostre-me a campa a luz que te alumia,
Oh roixinol!

A vida é uma aprendizagem diária. Afasto-me do caos e sigo um simples pensamento: Quanto mais simples, melhor!

Toma cuidado mais com os prazeres do que com os sofrimentos, pois os prazeres encerram felicidades falsas que entorpecem a alma.

A Imaginação Humana é Imensamente Mais Pobre que a Realidade

A imaginação humana é imensamente mais pobre que a realidade. Se pensamos no futuro, vemo-lo sempre desenvolver-se segundo um sistema monótono. Não pensamos que o passado é um multicolor caos de gerações. Isto pode também servir para nos consolar dos terrores causados pela «barbárie técnica e totalitária» do futuro. Nos cem anos mais próximos poderá produzir-se uma sequência de, pelo menos, três momentos, e o espírito humano poderá, sucessivamente, viver na rua, na prisão e nos jornais.
O mesmo se pode dizer do futuro pessoal.