O que não me mata me fortalece.
Passagens de Friedrich Nietzsche
871 resultadosO que amas nos outros? As minhas esperanças.
Temos a arte para não morrer da verdade.
A Igreja é a pedra colocada sobre a sepultura de um homem-deus, e procura, à viva força, impedi-lo de ressuscitar.
Rindo se dizem as coisas sérias
O homem é uma corda esticada entre o animal e o super-homem, uma corda por cima do abismo.
Limites do nosso ouvido: nunca se ouvem senão as perguntas para as quais se é capaz de encontrar uma resposta.
Teimosia e fidelidade: ele defende ainda por teimosia uma causa cuja fraqueza vê, mas chama a isso «fidelidade».
A Superação do Animal
A fera que há em nós precisa que se lhe minta; a moral é mentira forçada, para que não sejamos dilacerados por ela. Sem os erros, que se encontram nas suposições da moral, o homem teria permanecido animal. Assim, porém, tomou-se por algo de mais elevado e impôs-se leis mais severas. Tem, por isso, um ódio contra os estádios que permaneceram mais próximos da animalidade: donde se há-de explicar o antigo desprezo pelo escravo, como por um não-homem, como por uma coisa.
Não pretendo ser feliz, mas verdadeiro.
Uma hierarquia do espírito implica que as naturezas trágicas não sejam colocadas no primeiro plano.
É Actuando que Devemos Abandonar
Eu odeio, no fundo, toda a moral que diz: «Não faças isto, não faças aquilo. Renuncia. Domina-te…». Gosto, pelo contrário, da moral que me leva a fazer uma coisa, a refazê-la, a pensar nela de manhã à noite, a sonhar com ela durante a noite, e a não ter jamais outra preocupação que não seja fazê-la bem, tão bem quanto for capaz entre todos os homens. A viver assim despojamo-nos, uma a uma, de todas as preocupações que não têm nada a ver com esta vida: vê-se sem ódio nem repugnância desaparecer hoje isto, amanhã aquilo, folhas amarelas que o menor sopro um pouco vivo solta da árvore; ou mesmo nem sequer se dá por isso, de tal modo o objectivo absorve o olhar, de tal modo o olhar se obstina em ver para diante, não se desviando nunca, nem para a direita nem para a esquerda, nem para cima nem para baixo. «É a nossa actividade que deve determinar o que temos de abandonar; é actuando que deixaremos», eis o que amo, eis o meu próprio placitum! Mas eu não quero trabalhar para me empobrecer mantendo os olhos abertos, não quero essas virtudes negativas que têm por essência a negação e a renúncia.
Os juízos morais são epidemias que pouco tempo duram.
Onde não intervém o amor ou o ódio, a mulher sai-se mediocremente.
Só cabe aos que me reprovam refletir um pouco e depois pedir desculpas a si mesmos. Não preciso de uma palavra para a minha defesa.
A Charrua do Mal
Foram os espíritos fortes e os espíritos malignos, os mais fortes e os mais malignos, que obrigaram a natureza a fazer mais progressos: reacenderam constantemente as paixões que adormecidas – todas as sociedades policiadas as adormecem -, despertaram constantemente o espírito de comparação e de contradição, o gosto pelo novo, pelo arriscado, pelo inexperimentado; obrigaram o homem a opor incessantemente as opiniões às opiniões, os ideais aos ideais.
As mais das vezes pelas armas, derrubando os marcos fronteiriços, violando as crenças, mas fundando também novas religiões, criando novas morais! Esta «maldade» que se encontra em todos os professores do novo, em todos os pregadores de coisas novas, é a mesma «maldade» que desacredita o conquistador, se bem que ela se exprime mais subtilmente e não mobilize imediatamente o músculo; – o que faz de resto com que desacredite com menos força! – O novo, de qualquer maneira, é o mal, pois é aquilo que quer conquistar, derrubar os marcos fronteiriços, abater as antigas crenças; só o antigo é o bem! Os homens de bem em todas as épocas, são aqueles que implantam profundamente as velhas ideias para lhes dar fruto, são os cultivadores do espírito. Mas todos os terrenos acabam por se esgotar,
O homem perde o poder quando é contagiado pelo sentimento de piedade.
O prazer produz-se quando há sentimento de poder. A felicidade dá-se quando tomamos consciência plena do poder e da vitória.
Toda a moral não é, no fundo, senão uma forma depurada de medidas desenvolvidas por toda a vida orgânica para se adaptar e, conjuntamente, se alimentar e conseguir poder.
O cristianismo perverteu a Eros; este não morreu, mas degenerou-se, tornou-se vicio.