O homem honesto mente dez vezes por dia; a mulher honesta, vinte vezes; o homem do mundo, cem vezes. Nunca se pôde saber quantas vezes, por dia, mente uma mundana.
Recentes
O moralista é como um sinal de trânsito que indica para onde se pode ir para uma cidade, mas não vai.
Não é pelo dinheiro em si que os homens o desejam; é pelo que podem comprar com ele.
Existem imbecis superficiais e imbecis profundos.
Pão de caldo, filhós de manteiga.
Quando tudo nos parece dar errado Acontecem coisas boas Que não teriam acontecido Se tudo tivesse dado certo.
Dizer que um crente é mais feliz que um cético é como dizer que um bêbado é mais feliz do que um sóbrio
A Força e a Moral
O homem constata o facto natural de um lobo poder devorar uma ovelha, pois que o lobo obedece ao seu apetite e é dotado da força necessária para satisfazê-lo. Mas o homem não se limita a essa constatação elementar, ao alcance de qualquer animal inferior. Ele reconhece também que está no seu poder impedir que a ovelha seja devorada pelo lobo. A moral é, justamente, a soma de conquistas obtidas pelo homem sobre a tirania dos seus instintos. Se a força constituísse para o homem um imperativo categórico, não haveria tentativas de resistência contra a força.
Todos costumam chamar desgraça às suas próprias culpas, e culpam as desgraças alheias.
Não menosprezes os pequenos atos de bondade. Acumular pequenas práticas de bondade é mais difícil do que praticar grandes atos de bondade. Somente quem consegue praticar pequenos atos de bondade será capaz de praticar grandes atos de bondade.
Todo o bom pai enfrenta a mesma tentação: guardar para si os filhos, fora do mundo, longe do tempo.
As injúrias lançam mais fundas as raízes do que os benefícios.
Eu tenho o maior medo desse negócio de ser normal.
A Débil
Eu, que sou feio, sólido, leal,
A ti, que és bela, frágil, assustada,
Quero estimar-te sempre, recatada
Numa existência honesta, de cristal.Sentado à mesa dum café devasso,
Ao avistar-te, há pouco, fraca e loura,
Nesta Babel tão velha e corruptora,
Tive tenções de oferecer-te o braço.E, quando socorreste um miserável,
Eu, que bebia cálices de absinto,
Mandei ir a garrafa, porque sinto
Que me tornas prestante, bom, saudável.“Ela aí vem!” disse eu para os demais;
E pus-me a olhar, vexado e suspirando,
O teu corpo que pulsa, alegre e brando,
Na frescura dos linhos matinais.Via-te pela porta envidraçada;
E invejava, — talvez que não o suspeites! –
Esse vestido simples, sem enfeites,
Nessa cintura tenra, imaculada.Ia passando, a quatro, o patriarca.
Triste eu saí. Doía-me a cabeça.
Uma turba ruidosa, negra, espessa,
Voltava das exéquias dum monarca.Adorável! Tu, muito natural,
Seguias a pensar no teu bordado;
Avultava, num largo arborizado,
Uma estátua de rei num pedestal.Sorriam, nos seus trens,
Hóspeda formosa dano faz à bolsa.
O tempo e a ocasião mostram o que se deve fazer.
A história não é mecânica, porque os homens são livres para a transformar.
Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade, Tudo está perdido mas existem possibilidades,
A amizade mais perfeita e mais durável é somente aquela que contraímos com o nosso interesse.
O amor é a única coisa deste mundo que não quer mais comprador do que a si mesmo.