Aerograma
Deus queira que esta
Vos mate a fome aos sentidos
Por agoraDeus queira que esta
Vos guarde a dor aos gemidos
Noite foraDanƧamos fandangos
Sobre uma navalha
PƔssaros em bando
Em nuvens de limalhaE assim eu cĆ” vou indo.
Vem-me o fel Ć boca
As tripas ao coração
A noite trÔs a forca pela sua mãoSonho com fantasmas
De pele preta e luzidia
Com manuais de coragem e cobardiaDizem que hĆ” sempre
Um barco azul para partir
Nosso hino
Embarca a alma
E os restos de um rosto a sorrir
Do destinoPƵe o meu retrato
No altar de S. João
E uma vela com formato de canhãoCansa-se esta escrita
Com dois dedos num baraƧo
Assim o quis a desdita
Vai um abraƧo.
Poemas sobre Deus de João Monge
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Timor
Lavam-se os olhos nega-se o beijo
do labirinto escolhe-se o mar
no cais deserto ficam desejos
da terra quente por conquistarNobre soldado que vens senhor
por sobre as asas do teu dragão
beijas os corpos no chão queimado
nunca serÔs o nosso perdãoAi Timor
calam-se as vozes
dos teus avós
Ai Timor
se outros calam
cantemos nósSalgas os ventres que não tiveste
ceifando os filhos que não são teus
nobre soldado nunca sonhaste
ver uma espada na mão de DeusDa cruz se faz uma lança em chamas
que sangra o cƩu no sol do meio dia
do meio dos corpos a mesma lama
leito final onde o amor nasciaAi Timor
calam-se as vozes
dos teus avós
Ai Timor
se outros calam
cantemos nós