A Vossa Carta Commove
A vossa carta commove,
Mas, n茫o vos posso acompanhar.
Deixae-me viver em penas;
– Vou soffrendo e vou sorrindo,
O meu destino 茅 chorar!Sim, 茅 certo; – quem eu amo
Zomba e ri do meu am么r…
– Que hei-de eu fazer? – Resignar-me,
Gentillissimo Senhor!Depois, quanto mais sabemos,
Parece que mais erramos:– Antes soffrer os males que nos cercam
Do que ir em busca de outros que ignoramos.
Poemas Interrogativos de Ant贸nio Botto
7 resultadosAnda vem…
Anda vem…, porque te negas,
Carne morena, toda perfume?
Porque te calas,
Porque esmoreces,
Boca vermelha – rosa de lume?Se a luz do dia
Te cobre de pejo,
Esperemos a noite presos num beijo.D谩-me o infinito gozo
De contigo adormecer
Devagarinho, sentindo
O aroma e o calor
Da tua carne, meu amor!E ouve, mancebo alado:
Entrega-te, s锚 contente!
– Nem todo o prazer
Tem vileza ou tem pecado!Anda, vem!… D谩-me o teu corpo
Em troca dos meus desejos…
Tenho saudades da vida!
Tenho sede dos teus beijos!
Quem 茅 que Abra莽a o meu Corpo
Quem 茅 que abra莽a o meu corpo
Na penumbra do meu leito?
Quem 茅 que beija o meu rosto,
Quem 茅 que morde o meu peito?
Quem 茅 que falla da morte,
Docemente, ao meu ouvido?脡s tu, Senhor dos meus olhos,
E sempre no meu sentido.
Passei o Dia Ouvindo o que o Mar Dizia
Eu hontem passei o dia
Ouvindo o que o mar dizia.Chor谩mos, rimos, cant谩mos.
Fallou-me do seu destino,
Do seu fado…Depois, para se alegrar,
Ergueu-se, e bailando, e rindo,
Poz-se a cantar
Um canto molh谩do e lindo.O seu halito perfuma,
E o seu perfume faz mal!Deserto de aguas sem fim.
脫 sepultura da minha ra莽a
Quando me guardas a mim?…Elle afastou-se calado;
Eu afastei-me mais triste,
Mais doente, mais cansado…Ao longe o Sol na agonia
De r么xo as aguas tingia.芦Voz do mar, mysteriosa;
Voz do am么r e da verdade!
– 脫 voz moribunda e d么ce
Da minha grande Saudade!
Voz amarga de quem fica,
Tr茅mula voz de quem parte…禄
. . . . . . . . . . . . . . . .E os poetas a cantar
S茫o echos da voz do mar!
Anda, Vem
Anda, vem… por que te n茅gas,
Carne mor锚na, toda perfume?
Por que te c谩las,
Por que esmoreces
Boca verm锚lha, – rosa de lume!Se a luz do dia
Te c贸bre de p锚jo,
Esperemos a noite presos n’um beijo.D谩-me o infinito goso
De contigo adormecer,
Devagarinho, sentindo
O ar么ma e o cal么r
Da tua carne, – meu am么r!E ouve, mancebo al谩do,
N茫o entriste莽as, n茫o penses,
– S锚 contente,
Porque nem todo o prazer
Tem peccado…Anda, vem… d谩-me o teu corpo
Em troca dos meus desejos;Tenho Saudades da vida!
Tenho s锚de dos teus beijos!
Ouve, Meu Anjo
Ouve, meu anjo:
Se eu beij谩sse a tua p茅l?
Se eu beij谩sse a tua boca
Onde a saliva 茅 um m茅l?…Quiz afastar-se mostrando
Um sorriso desdenhoso;
Mas ai!
– A carne do assassino
脡 como a do virtuoso.N’uma attitude elegante,
Mysteriosa, gentil,
Deu-me o seu corpo doirado
Que eu beijei quase febr铆l.Na vidra莽a da janella,
A chuva, l茅ve, tinia…Elle apertou-me, cerrando
Os olhos para sonhar…
E eu, lentamente, morria
Como um perfume no ar!
De Saudades vou Morrendo
De Saudades vou morrendo
E na morte vou pensando:
Meu am么r, por que partiste,
Sem me dizer at茅 quando?
Na minha boca t茫o linda,
脫 alegrias cantae!
Mas, quem se lembra d’um louco?
– Enchei-vos d’agua, meus olhos,
Enchei-vos d’agua, chorae!