As Mãos que se Procuram
Quando o olhar adivinhando a vida
Prende-se a outro olhar de criatura
O espaço se converte na moldura
O tempo incide incerto sem medidaAs mãos que se procuram ficam presas
Os dedos estreitados lembram garras
Da ave de rapina quando agarra
A carne de outras aves indefesasA pele encontra a pele e se arrepia
Oprime o peito o peito que estremece
O rosto o outro rosto desafiaA carne entrando a carne se consome
Suspira o corpo todo e desfalece
E triste volta a si com sede e fome.[Amor Condusse Noi Ad Una Morte]
Poemas sobre Morte de Paulo Mendes Campos
2 resultados Poemas de morte de Paulo Mendes Campos. Leia este e outros poemas de Paulo Mendes Campos em Poetris.
Três Coisas
Não consigo entender
O tempo
A morte
Teu olharO tempo é muito comprido
A morte não tem sentido
Teu olhar me põe perdidoNão consigo medir
O tempo
A morte
Teu olharO tempo, quando é que cessa?
A morte, quando começa?
Teu olhar, quando se expressa?Muito medo tenho
Do tempo
Da morte
De teu olharO tempo levanta o muro.
A morte será o escuro?
Em teu olhar me procuro.