Poemas sobre SilĂȘncio de Vasco Miranda

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Poemas de silĂȘncio de Vasco Miranda. Leia este e outros poemas de Vasco Miranda em Poetris.

MĂŁe

Intacta como o silĂȘncio. Terra
Na terra, dela te alimentas e, serena,
A adubas, como orvalho Ă s manhĂŁs.
Fantasma de ti, nĂŁo; e, como espĂ­rito, ardes
Por entre. Ciprestes e ventos. E sĂłis e
Noites. Mas ardes. E falas. FĂ©tida mi-
Neração de ossos translĂșcidos
Do azul que me legaste
Ao descer-te as pĂĄlpebras na hora verdadeira.
Intacta como os ventos que nĂŁo vieram
E aguardam a hora de soltar-se.
Intacta por sob. Mas intacta. Pura,
De terra e de sonho. NĂŁo sa-u-d-a-
De nem fantasma, nĂŁo. Alegria.
Como o ser. Como a ladainha que te cantei, tu sabes

Quando. ALEGRIA. Como quando os olhos
NĂŁo sabiam de lĂĄgrimas. Ou sabiam,
Como se nĂŁo existissem senĂŁo para.
Saber-te lĂĄ onde Ă©s (aqui, tĂŁo pertinho,
Onde o teu sopro se fechou… ) Alegria
Ainda e sempre… Intacta. Casta toda
Como os mĂĄrmores que nĂŁo quis a emoldurar
Teu corpo de terra. Casta como os ventos.
ArdĂȘncia solar da meia-tarde de cada dia,
Claridade que me nasces no «bom-dia»
Que nos damos, por sob o sol e a chuva
Das horas e dos dias.

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Respira Naturalmente

Respira naturalmente como erva
Acordada ao orvalho da manhĂŁ.
Voz exacta da noite Ă© o silĂȘncio e a
Seta que trespassa os nossos olhos fundidos
No espanto do milagre
Inominado.
Respira como quem canta.
Natural. EspontĂąneamente.
Ou como quem apenas vive. Ou
Mente, e apenas mente.
No olhar traĂ­do,
A sombra dĂșctil de ser
Força móvel e irreversível.
Gume de um sĂł lado. Vamos!
Respira. Abre, diurno, Ă  inflexĂ­vel luz
A dor do teu olhar calado.