A Carne é Crápula

A carne é crápula
sob o olho cego
do desejo.

A carne Ă© trĂ´pega
se fala sob o pĂŞlo
de outro desejo alheio.

A carne Ă© trĂŞmula
e fracta.
Crina de nervos,
veneno de vĂ­bora,
a carne Ă© Ă©gua
sob o cabresto
de seus incestos
sem freios.

Fálica e côncava,
intrépida e férvida,
a carne é estrábica
nos entreveros
do sexo
com seus desacertos
conexos.

Sob o olho
sem mácula e cego,
a carne é crápula
nos arpejos
indefesos
de seus perversos
desejos.