Amor

Dentro da noite,
o som escuro de um monjolo
— pilão como nós chamávamos —
e a azenha mais distante, denunciavam
a clareza do riacho.

A fantástica visão do passado,
memĂłria contando histĂłrias!

Da janela fechada
uma frincha de luz ia incidir
no galho pendido, nĂ­tido aos meus olhos.
E bem na ponta —, seio tentando —
a rĂłsea, a serena forma do pĂŞssego
em sua penugem — puro e obsceno!
Havia vento, (nĂŁo sei)
mas devia haver
quando o urubu, tétrico
e hirto no seu desequilĂ­brio,
pousou sobre a planta
e o fruto bicou,
e o fruto bicou
bem no jacto de luz.