Foi Contigo que Aprendi a Amar
Foi contigo que aprendi a cidade,
sílaba a sílaba,
pedra, aço e lascas de cristal.A cidade dos pássaros interditos
na ocasionalidade
de um galho por acaso.A cidade das buganvílias
violáceas de medo,
excrescentes de lirismo.A cidade dos pães calcetados
e dos meninos que, de
fome, os apetecem.A cidade das culatras
inevitáveis
para o alvo que lhes sobra.A cidade protestada a prazo
de um dia
de nunca mais.A cidade geometrizada
na infalibilidade
dos seus labirintos.Foi contigo, foi.
Foi contigo que aprendi a amar
desordenadamente.
Poemas sobre Dia de Eduardo Pitta
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Agora que as Palavras Secaram
Agora que as palavras secaram
e se fez noite
entre nós dois,
agora que ambos sabemos
da irreversibilidade
do tempo perdido,
resta-nos este poema de amor e solidão.No mais é o recalcitrar dos dias,
perseguindo-nos, impiedosos,
com relógios,
pessoas,
paredes demasiado cinzentas,
todas as coisas inevitavelmente
lógicas.Que a nossa nem sequer foi uma história
diferente.
A originalidade estava toda na pólvora
dos obuses, no circunstanciado
afivelar
dos sorrisos à nossa volta
e no arcaísmo da viela onde fazíamos amor.