Distante Melodia

Num sonho d’Iris, morto a ouro e brasa,
Vem-me lembranças doutro Tempo azul
Que me oscilava entre vĂ©us de tule –
Um tempo esguio e leve, um tempo-Asa.

EntĂŁo os meus sentidos eram cĂ´res,
Nasciam num jardim as minhas ansias,
Havia na minh’alma Outras distancias –
Distancias que o segui-las era flĂ´res…

CaĂ­a Ouro se pensava Estrelas,
O luar batia sobre o meu alhear-me…
Noites-lagĂ´as, como Ă©reis belas
Sob terraços-liz de recordar-me!…

Idade acorde d’Inter sonho e Lua,
Onde as horas corriam sempre jade,
Onde a neblina era uma saudade,
E a luz – anseios de Princesa nua…

BalaĂşstres de som, arcos de Amar,
Pontes de brilho, ogivas de perfume…
Dominio inexprimivel d’Ă“pio e lume
Que nunca mais, em cĂ´r, hei de habitar…

TapĂŞtes doutras Persias mais Oriente…
Cortinados de Chinas mais marfim…
Aureos Templos de ritos de setim…
Fontes correndo sombra, mansamente…

ZimbĂłrios-panthĂ©ons de nostalgias…
Catedrais de ser-Eu por sobre o mar…
Escadas de honra, escadas sĂł, ao ar…
Novas Byzancios-alma, outras Turquias…

Lembranças fluidas…

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