Sonetos sobre Dinheiro de Greg贸rio de Matos

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Sonetos de dinheiro de Greg贸rio de Matos. Leia este e outros sonetos de Greg贸rio de Matos em Poetris.

Por Consoantes Que Me Deram For莽adas

Neste mundo 茅 mais rico o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua l铆ngua, ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.

Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem m茫o de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.

A flor baixa, se inculca por tulipa;
Bengala hoje na m茫o, ontem garlopa:
Mais isento se mostra o que mais chupa.

Para a tropa do trapo vaso a tripa,
E mais n茫o digo, porque a Musa topa
Em apa, em epa, em ipa, em opa, em upa.

Mancebo Sem Dinheiro, Bom Barrete

Mancebo sem dinheiro, bom barrete,
Med铆ocre o vestido, bom sapato,
Meias velhas, cal莽茫o de esfola-gato,
Cabelo penteado, bom topete.

Presumir de dan莽ar, cantar falsete,
Jogo de fidalguia, bom barato,
Tirar fals铆dia ao Mo莽o do seu trato,
Furtar a carne 脿 ama, que promete.

A putinha alde茫 achada em feira,
Eterno murmurar de alheias famas,
Soneto infame, s谩tira elegante.

Cartinhas de trocado para a Freira,
Comer boi, ser Quixote com as Damas,
Pouco estudo, isto 茅 ser estudante.