Mudançar
Repor
na planta da cor brancura
em pedra solicitadaReler
por vacilação das sílabas
em escuridão afundadaRever
por olho areado com águas
a imagem contaminadaReter
no músculo oxigenado vaso
areal terra aterradaResistir
ao cântico suado no temor
a evolução revoltadaReaver
do padre eterno esquecido
fé febril equivocadaRematar
pontilhados no voo manual
asa de vazio blindadaReacordar
quando o tempo do morto é
vício pele recicladaRecomeçar
linguajar contínua marcha
vivente reinventada.
Passagens de Fernando Lemos
3 resultadosDia de Descanso
Hoje reservo o dia inteiro para chorar
É o domingo decadente em que muitos
esperam pela morte de pé
É o dia do sarro que vem à boca da mediocridade
circular dos gestos que andam disfarçados de gestos
dos amores que deram em estribilhos
das correrias pederásticas para o futebol em calções
mais o melhor fato e a mesquinhez nacional dos 10%
de desconto em todo o vestuárioE choro choro porque a coragem
não me falta para tudo isto e assisto
na nega de me ceder ao braço dadoPrecisarei de um cansaço mas
lá estavam espertas
as mil e não sei quantas lojas abertas
para mo vender!Mas hoje é domingo
Lá está o chão reluzente de martírio
e nem já o sonho me dá de graça o ter por não ter
já nem o amor que suponho me dá o sonho de serE choro de coragem isto é
as lágrimas hão-de cair sêcas nas minhas mãos
Falo cristalinamente sozinho
procurando entre as paredes e as varandas que vão cair
algum acaso isto é
o eco,
Não Há Tempo
Não há tempo
há horas
Não há um relógio
há
hábitos que
me habitamO poema dói
o ponteiro corta
a hora que queima
a morte simularespira
para não me distrair