Poemas sobre Brigas de Carlos Drummond de Andrade

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Toada do Amor

E o amor sempre nessa toada:
briga perdoa perdoa briga.

NĂŁo se deve xingar a vida,
a gente vive, depois esquece.
SĂł o amor volta para brigar,
para perdoar,
amor cachorro bandido trem.

Mas, se não fosse ele, também
que graça que a vida tinha?

Mariquita, dá cá o pito,
no teu pito está o infinito.

Briga

Brigar Ă© simples.
Chame-se covarde ao contendor.
Ele olhe nos olhos e:
— Repete.
Repita-se: — Covarde.
EntĂŁo ele recite, resoluto:
— Puta que pariu.
— A sua, fio da puta.

Cessem as palavras. BofetĂŁo.
Articulem-se os dois no braço a braço.
Soco de lá soco de cá
pontapé calço rasteira
unha, dente, sérios, aplicados
na honra de lutar:
um corpo sĂł de dois que se embolaram.

Dure o tempo que durar
a resistĂŞncia de um.
NĂŁo desdoura apanhar, mas que se cumpra
a lei da briga, simples.