Poemas sobre Chuva de Jayro José Xavier

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Poemas de chuva de Jayro José Xavier. Leia este e outros poemas de Jayro José Xavier em Poetris.

Ode a LĂ­dia

Esta sĂşbita chuva que desaba
pela pele morena
de teu rosto
por teu riso por teus ombros
pelos teus longos
cabelos
cai na terra
— ouve bem —

com o peso, o
doce peso de milénios

Pois verdade Ă© que outra
é a água
mas a mesma
(escorrendo pela
gloriosa nudez
de teu corpo)
mesmo o cheiro hĂşmido
da terra, mesmo
nas árvores
o áspero, esperado canto
de verĂŁo

Tudo, nada mudou

Pois verdade Ă© que outra
é a água
mas a mesma
(escorrendo pela
gloriosa nudez
de teu corpo)
mesmo o cheiro hĂşmido
da terra, mesmo
nas árvores
o áspero, esperado canto
de verĂŁo

Tudo, nada mudou

Bebe pois desta água
bebe
bebe com todo o teu corpo
até que toda te farte
bebe
até que te embriague
a milenar
experiĂŞncia
do planeta

Bebe e
(sábia)
colhe nas mĂŁos o momento
que esvoaça
— este breve momento em que
como duas crianças
somos
e amamos

Essa Chuva de Inverno

Essa chuva de inverno, que fluĂ­a
por entre a verde várzea derramada,
já não flui sua linfa em terra fria,
que quente está do sal de que é salgada.
Aqui eterna Ă© a chuva, e nĂŁo se adia,
e a mudança das coisas proclamada:
só a terra de fértil não vê dia,
que só a água em mágoa vê mudada.
Aqui, de malogradas esperanças,
vive o povo sem crença em tais mudanças,
no fecundo milagre dessa guerra
— que, estando a Natureza em guerra tanta,
nĂŁo nos transforma a chuva o pranto em planta,
e mais se chore, Ă© mais salgada a terra!