Enlevo
NĆ£o brilha o sol,
Nem póde a lua
Brilhar na sua
PresenƧa d’ella!..
Nenhuma estrella
Brilha deante
Da minha amante,
Da minha amada!A madrugada
Quanto não perde!
O campo verde
Quanto esmorece!
Quanto parece
A voz da ave
Menos suave
Que a sua falla!A flƓr exhala
Menos perfume
Do que Ć© costume
O seu cabello!
Que basta vĆŖl-o,
Prende-se a gente!
Prende-se e sente
Gosto ineffavel!Que riso affavel
Aquelle riso!
Que paraĆso
Aquella bƓca!
Penetra, toca,
Enche de inveja
Um ar que seja
Da sua graƧa!Onde ella passa,
Onde ella chega,
Quem lhe não prega
Olhos avaros!
Ha dotes raros,
Rara doƧura
N’aquella pura
Casta existencia!Oh! que innocencia
Que ella respira!
A alma aspira
NĆ£o sei que aroma
Mal nos assoma
Ao longe aquella
Pallida estrella,
Que rege o mundo!…Nunca do fundo
Do oceano
Foi braƧo humano
Colher tão linda
Perola ainda,
Poemas sobre Colheres de João de Deus
2 resultadosAmores, Amores
Não sou eu tão tola
Que caia em casar;
Mulher não é rola
Que tenha um só par:
Eu tenho um moreno,
Tenho um de outra cor,
Tenho um mais pequeno,
Tenho outro maior.Que mal faz um beijo,
Se apenas o dou,
Desfaz-se-me o pejo,
E o gosto ficou?
Um deles por graƧa
Deu-me um, e, depois,
Gostei da chalaƧa,
Paguei-lhe com dois.AbraƧos, abraƧos,
Que mal nos farão?
Se Deus me deu braƧos,
Foi essa a razão:
Um dia que o alto
Me vinha abraƧar,
Fiquei-lhe de um salto
Suspensa no ar.Vivendo e gozando,
Que a morte Ć© fatal,
E a rosa em murchando
NĆ£o vale um real:
Eu sou muito amada,
E hĆ” muito que sei
Que Deus não fez nada
Sem ser para quĆŖ.Amores, amores,
DeixĆ”-los dizer;
Se Deus me deu flores,
Foi para as colher:
Eu tenho um moreno,
Tenho um de outra cor,
Tenho um mais pequeno,
Tenho outro maior.