Lugares da Inf芒ncia

Lugares da inf芒ncia onde
sem palavras e sem mem贸ria
algu茅m, talvez eu, brincou
j谩 l谩 n茫o est茫o nem l谩 estou.

Onde? Diante
de que mist茅rio
em que, como num espelho hesitante,
o meu rosto, outro rosto, se reflecte?

Venderam a casa, as flores
do jardim, se lhes toco, p玫em-se hirtas
e geladas, e sob os meus passos
desfazem-se imateriais as rosas e as recorda莽玫es.

O quarto eu n茫o o via
porque era ele os meus olhos;
e eu n茫o o sabia
e essa era a sabedoria.

Agora sei estas coisas
de um modo que n茫o me pertence,
como se as tivesse roubado.

A casa j谩 n茫o cresce
脿 volta da sala,
puseram a mesa para quatro
e o cora莽茫o s贸 para tr锚s.

Falta algu茅m, n茫o sei quem,
foi cortar o cabelo e s贸 voltou
oito dias depois,
j谩 o jantar tinha arrefecido.

E fico de novo sozinho,
na cama vazia, no quarto vazio.
L谩 fora 茅 de noite, ladram os c茫es;
e eu cubro a cabe莽a com os len莽贸is.

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