CerimĂłnia Funesta

O corpo nĂŁo responde
Ă s vozes de comando,
como um cĂŁo estropiado
já desdenha os apelos
os antigos convites
Ă s funestas moradas,
esqueceu-se do ponto
vai olvidando senhas
os cĂłdigos das grutas
acumulando lixos
as servidões austeras
diluem-se num canto
o corpo nĂŁo atende chamadas
nĂŁo estremece ao ruĂ­do da chave
nĂŁo suporta
qualquer intromissĂŁo
secou num aterro,
os restos Ă  vista
a memĂłria escava
da lembrança os rastos
avidamente suga
de tal fausto os ossos,
de tĂŁo vitais cerimĂłnias
nos tĂŁo secretos barcos
mesmo o pouco que resta
ainda se mastiga.