Poemas sobre MĂŁos de Daniel Faria

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Poemas de mĂŁos de Daniel Faria. Leia este e outros poemas de Daniel Faria em Poetris.

Amo-te nesta Ideia Nocturna da Luz nas MĂŁos

Amo-te nesta ideia nocturna da luz nas mĂŁos
E quero cair em desuso
Fundir-me completamente.
Esperar o clarĂŁo da tua vinda, a estrela, o teu anjo
Os focos celestes que a candeia humana nĂŁo iguala
Que os olhos da pessoa amada nĂŁo fazem esquecer.
Amo tĂŁo grandemente a ideia do teu rosto que penso ver-te
Voltado para mim
Inclinado como a criança que quer voltar ao chão.

Sem outra Palavra para Mantimento

Sem outra palavra para mantimento
Sem outra força onde gerar a voz
Escada entre o poço que cavaste em mim e a sede
Que cavaste no meu canto, amo-te
Sou cĂ­tara para tocar as tuas mĂŁos.
Podes dizer-me de um fĂ´lego
Frase em silĂŞncio
Homem que visitas
Ă“ seiva aspergindo as partĂ­culas do fogo
O lume em toda a casa e na paisagem
Fora da casa
Pedra do edifĂ­cio aonde encontro
A porta para entrar
Candelabro que me vens cegando.
Sol
Que quando Ă©s nocturno ando
Com a noite em minhas mĂŁos para ter luz.

Quero a Fome de Calar-me

Quero a fome de calar-me. O silĂŞncio. Ăšnico
Recado que repito para que me não esqueça. Pedra
Que trago para sentar-me no banquete

A única glória no mundo — ouvir-te. Ver
Quando plantas a vinha, como abres
A fonte, o curso caudaloso
Da vergôntea — a sombra com que jorras do rochedo

Quero o jorro da escrita verdadeira, a dolorosa
Chaga do pastor
Que abriu o redil no prĂłprio corpo e sai
Ao encontro da ovelha separada. Cerco

Os sentidos que dispersam o rebanho. Estendo as direcções, estudo-lhes
A flor — várias árvores cortadas
Continuam a altear os pássaros. Os caminhos
Seguem a linha do canivete nos troncos

As mãos acima da cabeça adornam
As águas nocturnas — pequenos
NenĂşfares celestes. As estrelas como as pinhas fechadas

Caem — quero fechar-me e cair. O silêncio
Alveolar expira — e eu
Estendo-as sobre a mesa da aliança

Amo o Caminho que Estendes

Amo o caminho que estendes por dentro das minhas divisões.
Ignoro se um pássaro morto continua o seu voo
Se se recorda dos movimentos migratĂłrios
E das estações.
Mas nĂŁo me importo de adoecer no teu colo
De dormir ao relento entre as tuas mĂŁos.

Amo-te como um Planeta em Rotação Difusa

Amo-te como um planeta em rotação difusa
E quero parar como o servo colado ao chĂŁo.
Frágil cerâmica de poros soprados no teu hálito
Vasilha que ergues em tua mĂŁo de oleiro
Cálice que não pudeste afastar de ti.

Amo-te na Carne que Tomaste do ChĂŁo que Aplaino

Amo-te na carne que tomaste do chĂŁo que aplaino
Com as mĂŁos
Com as palavras que escrevo e apago
Na areia, no cérebro.
Amo-te com o cérebro em ferida
Pensando-te
Remédio que derramas em mim a tua medicina, a morte
No meu corpo. Até que repouse como enfermo
No teu leito. Amo febrilmente amo o dia
Em que disseres: Larga
A tua enxerga! — E ande