Poemas sobre Mente de Fernando Pessoa

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Poemas de mente de Fernando Pessoa. Leia este e outros poemas de Fernando Pessoa em Poetris.

Chove. HĂĄ SilĂȘncio

Chove. HĂĄ silĂȘncio, porque a mesma chuva
NĂŁo faz ruĂ­do senĂŁo com sossego.
Chove. O cĂ©u dorme. Quando a alma Ă© viĂșva
Do que nĂŁo sabe, o sentimento Ă© cego.
Chove. Meu ser (quem sou) renego…

TĂŁo calma Ă© a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que nĂŁo Ă© chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece…

Não paira vento, não hå céu que eu sinta.
Chove longĂ­nqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente…

Em Plena Vida e ViolĂȘncia

Em plena vida e violĂȘncia
De desejo e ambição,
De repente uma sonolĂȘncia
Cai sobre a minha ausĂȘncia.
Desce ao meu próprio coração.

SerĂĄ que a mente, jĂĄ desperta
Da noção falsa de viver,
VĂȘ que, pela janela aberta,
HĂĄ uma paisagem toda incerta
E um sonho todo a apetecer ?