Poemas sobre Morte de Ant贸nio Gomes Leal

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Poemas de morte de Ant贸nio Gomes Leal. Leia este e outros poemas de Ant贸nio Gomes Leal em Poetris.

Madrigal Excentrico

Tu que n茫o temes a Morte,
Nem a sombra dos cyprestes,
Escuta, Lyrio do Norte,
Os meus canticos agrestes:

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Tu ignoras os desgostos
D’um cora莽茫o torturado,
Mais tristes do que os soes postos,
Ou de que um bobo espancado!

Eu bem sei, 贸 Musa louca
Que n茫o conheces a magoa…
E tens um riso na boca
Como um cravo aberto n’agua…

Eu bem sei… bem sei que ris
Dos meus madrigaes modernos.
Sem cuidar, 贸 flor de liz!
Que h茫o de chegar-te os invernos!

Que nos corre a Mocidade,
Qual folha verde do val,
E ha de vir-te a tempestade,
脫 branco lyrio real!

Que has de ser como a a莽ucena
Varrida pelo nordeste…
E os prantos da minha pena
Que h茫o de regar teu cypreste!

Que ha de a terra agreste e dura
Servir-te de ultimo leito…
E a pedra da sepultura
Quebrar teu corpo perfeito!

E has de, emfim, ser devorada
Na fria noute,

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O Selvagem

Eu n茫o amo ninguem. Tambem no mundo
Ninguem por mim o peito bater sente,
Ninguem entende meu sofrer profundo,
E rio quando chora a demais gente.

Vivo alheio de todos e de tudo,
Mais callado que o esquife, a Morte e as lousas,
Selvagem, solitario, inerte e mudo,
– Passividade estupida das Cousas.

Fechei, de ha muito, o livro do Passado
Sinto em mim o despreso do Futuro,
E vivo s贸 commigo, amortalhado
N’um egoismo barbaro e escuro.

Rasguei tudo o que li. Vivo nas duras
Regi玫es dos crueis indifferentes,
Meu peito 茅 um covil, onde, 谩s escuras,
Minhas penas calquei, como as serpentes.

E n茫o vejo ninguem. Saio s贸mente
Depois de p么r-se o sol, deserta a rua,
Quando ninguem me espreita, nem me sente,
E, em lamentos, os c茫es ladram 脿 lua…