Poemas sobre Sepulturas de Filinto ElĂ­sio

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Poemas de sepulturas de Filinto ElĂ­sio. Leia este e outros poemas de Filinto ElĂ­sio em Poetris.

Moralidade

É nosso coração vorage imensa,
Em que Honras, Cargos, lĂşbrica Ventura
São dos Desejos vagos a mantença,
Que, gozados, os manda Ă  sepultura,
Para abrir nova boca Ă  turba densa
De prazeres de nova formosura
Quais das talhas das BĂ©lides impias,
Se esvaecem as águas fugidias.

Saudade Extrema

1

Gentil Rola, que sobre o ramo seco,
Desse viĂşvo freixo, brandas queixas
Espalhas toda a noite, e escutas o eco
Repetir-te mavioso iguais endechas:

2

NĂŁo chores. Ouve a meu saudoso canto,
Que excede quanta mágoa arroja a sorte:
Ninguém, como eu padece extremo tanto,
Que a ninguém roubou tanto a crua Morte,

3

Tu viste Márcia: a Márcia, oh Rola, ouviste,
Quanta beleza, oh Céus! quanta doçura!
Tem coração de bronze quem resiste
Ă€ dor de a ver no horror da sepultura.

4

Tu podes ter formosa companhia
Terna e fiel. Filinto desgraçado
Te perdeu a sperança lisonjeira
De achar Márcia em transunto inanimado.