Poemas sobre SilĂȘncio de Carlos Melo Santos

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Poemas de silĂȘncio de Carlos Melo Santos. Leia este e outros poemas de Carlos Melo Santos em Poetris.

Janela do Sonho

Abri as janelas
que havia dentro de ti
e entrei abandonado
nos teus braços generosos.

Senti dentro de mim
o tempo a criar silĂȘncio
para te beber altiva e plena.

Mil vezes
repeti teu nome,
mil vezes,
de forma aveludada
e era a chave
que se expunha
e fecundava dentro de mim.

JĂĄ nĂŁo se sonha,
deixei de sonhar,
o sonho Ă© poeira dos tempos
Ă© a voz da extensĂŁo
Ă© a voz da pureza
que dardejava na nossa doçura.

Quando abri as tuas janelas
e despi teus braços
perdi a vaidade
e a pressa,
amei a partida
e em silĂȘncio abri,
(sem saber que abria)
uma noite hĂșmida
em combustĂŁo secreta
desmaiado no teu ombro
de afrodite.

Saudade SĂł

Hoje vieste ver-me
a troco de um pensamento
que nĂŁo se esconde
na ressonĂąncia adormecida
num olimpo.

Vieste e trazias
um ramo de palavras cintilantes,
flores que pacientemente
escorrem entre o alfa e o omega
como um perfume de tempo.

Hoje a tua visita
apareceu Ă  janela do tempo
que a paisagem do nosso olhar
incendeia num vespertino silĂȘncio.

De corpo cansado
das pedras que colhi
na paisagem transparente erguida
adormeci na pausa
tĂŁo perfeitamente adormecida
do nosso paraĂ­so
que tarda a acontecer.

Hoje vieste ver-me
E, sem ter de tocar
no mĂĄrmore da paixĂŁo,
contigo fui devagar
ver o tempo passado para nele escrever
o tempo do amor
voz da nossa idade
que nossos olhos cantam
no canto do nosso olhar.