Veio Ter Comigo Hoje a Poesia
Veio ter comigo hoje a poesia.
Há quantos anos? Desde a juventude.
Veio num raio de sol, num murmĂşrio de vento.
E a ilusĂŁo que me trouxe de uma antiga alegria
reinventou-me a antiga plenitude
que já não invento.Fazia-lhe outrora poemas verdadeiros
em fornicações rápidas de galo.
Hoje nĂŁo sou eu nunca por inteiro
e há sempre no que faço um intervalo.Estamos ambos tão velhos — que vens fazer?
— a cama entre nós da nossa antiga função.
Nublado o olhar sĂł de a ver.
E tomo-lhe em silĂŞncio a mĂŁo.
Poemas sobre Sol de VergĂlio Ferreira
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Sinto na AngĂşstia o Quem me Lembrasse
Sinto na angĂşstia o quem me lembrasse
e do lembrar a mim como uma ponte
onde de noite já ninguém passasse
viesse a notĂcia desse outro horizonteem que o meu grito preso na garganta
dissesse Ă voz que nĂŁo ouvi e veio
quanto cansaço inverosĂmil, quanta
fadiga me enternece como um seio.Vibrátil voga vaga pela tarde
que em cigarros distrai o eu estar sĂł
a chama obscura que visĂvel arde
quando arde ao sol o pĂł.