O que há de mais belo na nossa vida é o sentimento do mistério. É este o sentimento fundamental que se detém junto ao berço da verdadeira arte e da ciência.
Passagens sobre Verdadeiros
1423 resultadosO autêntico, o verdadeiro grande talento descobre as suas maiores alegrias na realização.
O verdadeiro herói é aquele que tem mais coragem contra si mesmo.
Há gente que pisa os outros apenas para assim lhes ser superior. Na verdade, faz-se ainda pior. Porque se já era baixa, agora mais se nota. A verdadeira nobreza de alguém não é vencer os mais fortes, mas sim erguer e cuidar dos mais fracos.
O cristianismo, no seu verdadeiro significado, destrói o Estado.
Os que Morrem por Amor
Os que morrem por amor continuam a pertencer à lenda. Os seus funerais arrastam uma multidão piedosa, tal como decerto aconteceu na cidade de Verona, há seiscentos anos. Ainda que nesse tempo os costumes fossem bastante fáceis, a prática erótica da juventude era muito mais modesta. Reflectindo melhor, é de crer que a própria licença produzisse um tipo de pessoas orgulhosas da sua intimidade afectiva; o que, se não é virtude, algo se parece. Este orgulho da própria intimidade conduz a uma atitude hostil em relação a tudo o que pode burocratizar os sentimentos. Há um sociólogo inclinado a crer que existe muito de romantismo burocrático no amor moderno. É possível. E quando aparecem os contestatários dessa espécie de burocracia, como são os Romeus e Julietas do Candal, a cidade fica-lhes agradecida. No campo dos afectos trata-se da luta obstinada que resulta do choque entre a vida privada e o regime governativo; entre um corpo animado de impulsos e uma autoridade explicada por leis. Através de inquéritos feitos nos meios juvenis para inquirir das transformações que se efectuam no âmbito das relações afectivas, deparam-se declarações bastante confusas. Elas pairam entre uma sinceridade elementar que descura a experiência e teorias perfeitamente viciadas nos lugares-comuns do século.
A verdadeira glória lança raízes e até se multiplica; tudo que é falso, dura pouco, como as florezinhas; e nada fingido pode ser duradouro.
Muitas vezes, o inacreditável vale para a multidão
mais do que o verdadeiro, e é mais acreditável.
Querer e não querer as mesmas coisas, eis, afinal, a verdadeira amizade.
De que vale o saber, se não é prático? Saber viver hoje é o verdadeiro saber.
A verdadeira arte não é só a expressão de um sentimento, mas também o resultado de uma inteligência viva.
O Insondável (Tao) que se pode sondar não é o verdadeiro Insondável.
É necessária muita intuição e desenvolvimento mental para distinguir um jogo de palavras, uma frase e uma verdadeira obra de arte literária.
Aproveita a Alegria
Sempre achei mais trágico e inteligente o oportunista que aconselha “aproveita que esta alegria não vai continuar, quanto mais repetir-se” do que o realista que despreza a alegria por ser temporária e logo, por atacado, estúpida e falsa.
É tudo mentira. Os momentos são tão diferentes uns dos outros como as pessoas que os vivem. Cada um de nós é uma multidão que varia, conforme a ocasião, no pouco tempo de vida, disfarçado para parecer de mais, que nos é concedido. Sem termos pedido.
A atitude de cada um é que manda: vamos aproveitar ou vamos ser verdadeiros? Vamos trair a nossa falsa obrigação para com a verdade que nunca existiu ou oferecermo-nos como vítimas da ilusão que sempre funcionou para nos pôr mais bem dispostos, não só à maneira do cinema como à luz do que vimos no cinema, incluindo o que não estava (milagrosamente) lá?
Cabe a cada um escolher o momento do dia e a diferença de cada dia, conforme o mundo e a maré com que vamos ter.
Quem não Ama a Solidão, não Ama a Liberdade
Nenhum caminho é mais errado para a felicidade do que a vida no grande mundo, às fartas e em festanças (high life), pois, quando tentamos transformar a nossa miserável existência numa sucessão de alegrias, gozos e prazeres, não conseguimos evitar a desilusão; muito menos o seu acompanhamento obrigatório, que são as mentiras recíprocas.
Assim como o nosso corpo está envolto em vestes, o nosso espírito está revestido de mentiras. Os nossos dizeres, as nossas acções, todo o nosso ser é mentiroso, e só por meio desse invólucro pode-se, por vezes, adivinhar a nossa verdadeira mentalidade, assim como pelas vestes se adivinha a figura do corpo.Antes de mais nada, toda a sociedade exige necessariamente uma acomodação mútua e uma temperatura; por conseguinte, quanto mais numerosa, tanto mais enfadonha será. Cada um só pode ser ele mesmo, inteiramente, apenas pelo tempo em que estiver sozinho. Quem, portanto, não ama a solidão, também não ama a liberdade: apenas quando se está só é que se está livre.
A coerção é a companheira inseparável de toda a sociedade, que ainda exige sacrifícios tão mais difíceis quanto mais significativa for a própria individualidade. Dessa forma, cada um fugirá, suportará ou amará a solidão na proporção exacta do valor da sua personalidade.
Violência! Violência! Quem não é capaz de se opor à violência? O que chamamos de violência não é nada; a sedução é a verdadeira violência.
Só o presente é verdadeiro e real; ele é o tempo realmente preenchido e é nele que repousa exclusivamente a nossa existência.
O anúncio é a parte mais verdadeira de um jornal.
Respeite-se
“Respeito” é uma das palavras mais bonitas que conheço. Não tem o sentido de “honra, dignidade” que adquiriu entretanto. Respeito significa, simplesmente, re-speitar, isto é, olhar para trás, tomar em consideração. Significa tão-somente olhar de novo. Antes de se tornar parte de uma sociedade, de uma cultura, de uma civilização, conhecia o seu verdadeiro eu. Não é por acaso que continua a pensar na sua infância como o período mais bonito da sua vida. É uma memória há muito esquecida, porque numa determinada altura da sua vida, nos seus primórdios, possuiu o seu verdadeiro eu.
Se re-speitar, isto é, se olhar para trás e penetrar fundo na sua existência, encontrará o lugar onde começou a perder-se de si próprio e onde o ego, o falso eu, começou a formar-se. Esse momento é um momento de iluminação.
Existem derrotas, mas não existe o sofrimento. Um verdadeiro guerreiro sabe que ao perder uma batalha está melhorando sua arte de manejar a espada. Saberá lutar com mais habilidade no próximo combate.