Balança

O muito que me recusam,
dá-me o poema
em seu corpo de ar.

A alma faz o que nĂŁo existe
e da sombra pousada sobre os olhos
vai desenhando a figura além do alcance das mãos.

É pouco, é bastante,
Ă© um ter sem que se tenha,
um tempo que parece nĂŁo passar
pois que nada acontecendo,
nada Ă© destruĂ­do.