Poemas sobre Terra de Ant贸nio Os贸rio

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Poemas de terra de Ant贸nio Os贸rio. Leia este e outros poemas de Ant贸nio Os贸rio em Poetris.

Cada Segundo

N茫o desejo a indig锚ncia,
a serenidade
dos lugares desertados:
desejo que cada segundo
quando amo
explodisse
e fosse a terra
em sua expans茫o
durante a primeira noite,
a gestante,
do mundo.

M茫e que Levei 脿 Terra

M茫e que levei 脿 terra
como me trouxeste no ventre,
que farei destas tuas art茅rias?
Que medula, placenta,
que l谩grimas unem aos teus
estes ossos? Em que difere
a minha da tua carne?

M茫e que levei 脿 terra
como me acompanhaste 脿 escola,
o que herdei de ti
al茅m de m贸veis, p贸, detritos
da tua e outras casas extintas?
Porque guardavas
o sopro de teus av贸s?

M茫e que levei 脿 terra
como me trouxeste no ventre,
vejo os teus retratos,
seguro nos teus dezanove anos,
eu n茫o existia, meu Pai j谩 te amava.
Que fizeste do teu sangue,
como foi poss铆vel, onde est谩s?

Peso do Mundo

A poesia n茫o 茅, nunca foi
uma enumera莽茫o ou composto
de exuber芒ncia, bondade,
altitude, nem arado
ou d谩diva sobre ch茫o
prenhe de mortos.

Nem o arrependimento
de Deus por ter criado o homem
com o rosto da sua mem贸ria,
ao lado dos seus vermes.

T茫o-pouco f么lego dos que amam
abrindo a porta l铆mpida
do corpo e chovendo sobre a terra,
ou carregam como tartarugas
o peso do mundo.

Nem rever锚ncia por um tigre,
pela leveza maligna de todas as patas,
pela sonol锚ncia junto 脿 estirpe
aprisionada tamb茅m
na dureza de ser tigre.

脡 o milagre de uma arma
total, de uma s贸 palavra
reduzindo o 谩tomo 脿 completa inoc锚ncia.

Nascente

Quando sinto de noite
o teu calor dormente
e devagar
para que n茫o despertes
digo: cedro azul,
terra vegetal,
ou s贸
amor, amor;
quando te acaricio
e devagar
para que n茫o despertes
tomo na m茫o direita
as duas fontes, iguais, da vida,
procuro a nascente
e adorme莽o
nela essa m茫o depositando.