Você encontrará homens que querem ser carregados sobre os ombros dos outros, que pensam que o mundo deve-lhes a vida. Eles parecem não perceber que todos nós devemos levantar juntos e unir-nos.
Passagens sobre Homens
7018 resultadosO homem absurdo é aquele que nunca muda.
A Realidade Básica da Vida Está nas Relações Humanas
No meio das nossas máquinas perdemos de vista o facto de que a realidade básica da vida não está na política, nem na indústria, mas nas relações humanas – as associações entre homem e mulher e as destes com os filhos. Em redor destes dois núcleos do amor – amor entre macho e fêmea e amor de mãe – toda a vida evolve. Há o caso daquela jovem revolucionária que, ao realizar-se o «funeral vermelho» do seu amante (morto no levantamento de 1917, em Moscovo), se lançou ao túmulo e, agarrada ao caixão do defunto, gritou: «Enterrem-me também: que me importa a mim a Revolução, agora que ele morreu?»
Esta moça poderia estar iludida ao julgar o seu namorado um ser único na terra – mas sabia com essa sabedoria ingénita da mulher, que a tremenda revolução era um incidente sem importância, se comparada ao Mississipi de uniões amorosas, de gerações de novos seres e de morte que constitui o caudal central da vida. Essa rapariga não ignorava, embora jamais houvesse pensado nisso, que a família é mais que o Estado: sabia que a devoção amorosa e o desespero calam mais fundo no coração do que tudo quanto é económico,
A melhor coisa que podemos esperar dos homens é o esquecimento.
A maioria dos homens emprega a melhor parte de sua vida a tornar o outro miserável.
A sabedoria é mesmo feminina. Correndo o risco de me repetir ou citar a mim mesma, direi que a «sophia» é feminina. A sabedoria é feminina e a filosofa é masculina. O homem enamora-se da sabedoria, mas nunca chega lá. E o percurso para… A mulher, ela própria, é ovularmente o segredo do Universo. Ela contém em si a sabedoria. As vezes não tem é consciência disso.
Progresso Aparente
O homem progride em todos os sentidos. Domina a matéria, é incontestável, mas ainda não se sabe dominar a si mesmo. Sim, façam-se caminhos de ferro e telégrafos, atravessem-se num abrir e fechar de olhos terras e mares, mas dirijam-se também as paixões como se conduzem os aeróstatos: abulam-se sobretudo as paixões malignas que, apesar das máximas liberais e fraternas da nossa época, ainda não perderam o seu domínio detestável sobre os nossos corações. É nisso que reside o verdadeiro progresso, e até a verdadeira felicidade! Mas, pelo contrário, até parece que os nossos instintos de cobiça e de gozo egoísta foram infindamente ainda mais excitados por todas estas inovações materiais.
O desejo de uma felicidade impossível, que seria obtida independentemente na satisfação que nos vem da paz da alma, é indissociável já de qualquer nova descoberta e parece fazer retroceder no tempo a quimera desse paraíso dos sentidos.
A Base da Civilização
A lei do universo baseia-se sobre o concurso destes dois grandes agentes: a luta pela vida e a selecção natural. A luta pela vida é o estado permanente de todos os seres, para os quais a criação é uma eterna batalha. A sorte do conflito decide-a a selecção natural. Como? Fixando na espécie, pela adaptação ao meio, os seres mais fortes, e expulsando os seres inferiores. Por isso o professor Haeckel affirma: «A teoria de Darwin estabelece que nas sociedades humanas, como nas sociedades animais, nem os direitos, nem os deveres, nem os bens, nem os gostos dos membros associados podem ser iguais.» Ora o que é que estabelece o Direito? O Direito estabelece precisamente o contrario disso: a igualdade dos deveres recíprocos para a mais equitativa distribuição dos bens.
O Direito portanto não só não é uma emanação da lei natural, mas é uma reacção contra essa lei. A natureza é o triunfo brutal decretado ao forte. A sociedade é a protecção consciente assegurada ao fraco. A criação funda a luta pela vida. A sociedade organiza o auxílio pela existência.
Uma civilização é tanto mais adiantada quanto mais ela submete ao seu domínio as fatalidades naturais. E é assim que o homem,
Para que os homens possam viver a vida comum sem oprimir-se mutuamente, não necessitam das instituições sustentadas pela força, mas sim de um estado moral dos homens, no qual, por convicção interior, e não por força, procedam com os outros como querem que os outros procedam com eles
Um homem viaja o mundo à procura do que ele precisa e volta para casa para encontrar.
Triste é o homem em que nada fica do menino.
Eu quero que todas as mulheres – e todos os homens – se deixem influenciar pela parte mais profunda e psicótica deles próprios. Essa parte que estão constantemente e desesperadamente a tentar esconder. Eu quero que essa parte se torne algo que eles venham a adorar.
Nunca vi ainda um homem que analise tão profundamente os seus erros que se acuse a si mesmo.
Um Homem Simples
Eu tenho sido um homem demasiado simples — é esta a minha honra e a minha vergonha. Acompanhei a farândola dos meus companheiros e invejei-lhes a brilhante plumagem, as satânicas atitudes, os aviões de papel e até as vacas, que talvez tenham algo que ver, de forma misteriosa, com a literatura. De qualquer maneira, parece-me que não nasci para condenar, mas para amar. Até mesmo os divisionistas que me atacam, os que se reúnem aos montes para me arrancar os olhos e que antes se nutriram com a minha poesia, merecem pelo menos o meu silêncio. Nunca tive medo de contágio penetrando na multidão dos meus próprios inimigos, porque os únicos que tenho são os inimigos do povo.
A derrubada da opressão foi sancionada pela humanidade, e é a maior aspiração de cada homem livre.
Um homem de virtuosas palavras nem sempre é um homem virtuoso.
Falta de Estudo
Se um homem ama a honestidade e não ama o estudo, a sua falta será uma tendência para desperdiçar ou transtornar as coisas. Se um homem adora a simplicidade, mas não adora o estudo, a sua falta será puro prosseguimento na rotina. Se um homem aprecia a coragem, e não aprecia o estudo, a sua falta será turbulência ou violência. Se um homem elogia a decisão de carácter e não elogia o estudo, a sua falta será obstinação ou teimosa crença em si mesmo.
O característico principal do homem que nasceu para mandar é que sabe mandar em si mesmo.
Não creio que a coisa melhor do homem seja ser normal, como não me parece ser a fruta melhor do mundo a normalidade que agora Portugal está importando, ou a CEE (enquanto existe CEE, claro) vai obrigar a importar.
O Verdadeiro Ócio
A verdadeira riqueza é apenas a riqueza interior da alma, tudo o resto traz mais problemas do que vantagens (Luciano). Alguém assim rico interiormente de nada precisa do mundo exterior a não ser um presente negativo, a saber, o ócio, para poder cultivar e desenvolver as suas capacidades espirituais e fruir a sua riqueza interior. Portanto, requer propriamente apenas a permissão para ser ele mesmo durante toda a sua vida, a cada dia e a cada hora. Se alguém estiver destinado a imprimir, em toda a raça humana, o traço do seu espírito, haverá para ele apenas uma felicidade e infelicidade, ou seja, a de poder aperfeiçoar as suas disposições e completar as suas obras – ou disso ser impedido. O resto é-lhe insignificante. Sendo assim, vemos os grandes espíritos de todos os tempos atribuírem o valor supremo ao ócio. Pois este vale tanto quanto o homem. A felicidade parece residir no ócio, diz Aristóteles, e Diógenes Laércio relata que Sócrates louva o ócio como a mais bela posse.
Também corresponde a isso o facto de Aristóteles declarar a vida filosófica como a mais feliz. De modo semelhante, diz na Política: “Poder exercer livremente as próprias aptidões, sejam elas quais forem,