Passagens de António Vieira

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Não se fazerem mercês, é faltar com o prémio à virtude; fazerem-se, é semear benefícios para colher queixas.

Se não quero fazer companhia, arrisco-me a ficar só. Se quero ser amigo de todos, arrisco-me a ter todos por inimigos.

Como na guerra não há coisa mais para estimar que o vencer, assim não há outra mais para temer que a mesma vitória.

Meditar não é outra coisa que cuidar um homem no que lhe importa ou deseja e nenhum há que não medite.

O ingrato não só esteriliza os benefícios, senão também o benfeitor: esteriliza os benefícios, porque os paga com ingratidões e esteriliza o benfeitor, porque vendo o benfeitor que se pagam com ingratidões os seus benefícios, cessa, e não os quer continuar.

Se o só não terá quem o levante, também não terá quem o derrube. E maior felicidade é carecer do perigo de quem me derrube, que haver mister o socorro de quem me levante.

Como a fortuna (…) não costuma subir a ninguém por seus degraus, em faltando degraus para a descida, tudo hão-de ser precipícios.

Para Um Homem Se Ver a Si Mesmo

Para um homem se ver a si mesmo, são necessárias três cousas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelho e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelho e há mister olhos. Que cousa é a conversão de uma alma, senão entrar um homem dentro em si e ver-se a si mesmo? Para essa vista são necessários olhos, é necessário luz e é necessário espelho. O pregador concorre com o espelho, que é a doutrina; Deus concorre com a luz, que é a graça; o homem concorre com os olhos, que é o conhecimento.

Luzir português entre portugueses, e muito menos luzir com a sua luz, é coisa muito dificultosa na nossa terra.