Alma Serena

Alma serena, a consciĂŞncia pura,
assim eu quero a vida que me resta.
Saudade nĂŁo Ă© dor nem amargura,
dilui-se ao longe a derradeira festa.

NĂŁo me tentam as rotas da aventura,
agora sei que a minha estrada Ă© esta:
difícil de subir, áspera e dura,
mas branca a urze, de oiro puro a giesta.

Assim meu canto fácil de entender,
como chuva a cair, planta a nascer,
como raiz na terra, água corrente.

Tão fácil o difícil verso obscuro!
Eu não canto, porém, atrás dum muro,
eu canto ao sol e para toda a gente.