Continua O Poeta Em Louvor A Soledade Vituperando A Corte
Ditoso aquele, e bem-aventurado,
Que longe, e apartado das demandas,
N茫o v锚 nos tribunais as apelandas
Que 脿 vida d茫o fastio, e d茫o enfado.Ditoso, quem povoa o despovoado,
E dormindo o seu sono entre as holandas
Acorda ao doce som, e 脿s vozes brandas
Do tenro passarinho enamorado.Se estando eu l谩 na Corte t茫o seguro
Do n茅scio impertinente, que porfia,
A deixei por um mal, que era futuro;Como estaria vendo na Bahia,
Que das Cortes do mundo 茅 vil monturo,
O roubo, a injusti莽a, a tirania?
Sonetos sobre Doces de Greg贸rio de Matos
3 resultadosCust贸dia
Ai, Cust贸dia! sonhei, n茫o sei se o diga:
Sonhei, que entre meus bra莽os vos gozava.
Oh se verdade fosse, o que sonhava!
Mas n茫o permite Amor, que eu tal consiga.O que anda no cuidado, e d谩 fadiga,
Entre sonhos Amor representava
No teatro da noite, que apartava
A alma dos sentidos, doce liga.Acordei eu, feito sentinela
De toda a cama, pus-me uma pe莽onha,
Vendo-me s贸 sem v贸s, e em tal mazela.E disse, porque o caso me envergonha,
Trabalho tem, quem ama, e se desvela,
E muito mais quem dorme, e em falso sonha.
A Uma Dama Dormindo Junto A Uma Fonte
脌 margem de uma fonte, que corria,
Lira doce dos p谩ssaros cantores
A bela ocasi茫o das minhas dores
Dormindo estava ao despertar do dia.Mas como dorme S铆lvia, n茫o vestia
O c茅u seus horizontes de mil cores;
Dominava o sil锚ncio entre as flores,
Calava o mar, e rio n茫o se ouvia,N茫o d茫o o parab茅m 脿 nova Aurora
Flores canoras, p谩ssaros fragrantes,
Nem seu 芒mbar respira a rica Flora.Por茅m abrindo S铆lvia os dois diamantes,
Tudo a S铆lvia festeja, tudo adora
Aves cheirosas, flores ressonantes.