Sonetos sobre Hoje de Ant贸nio Gomes Leal

2 resultados
Sonetos de hoje de Ant贸nio Gomes Leal. Leia este e outros sonetos de Ant贸nio Gomes Leal em Poetris.

A Lanterna

O sabio antigo andou pelas ruas d’Athenas,
Com a lanterna accesa, errante, 脿 luz do dia,
Buscando o var茫o forte e justo da Utopia,
Privado de paix玫es e d’emo莽玫es terrenas.

Eu tambem que aborre莽o as cousas v茫s, pequenas
E que mais alto puz a s茫 Philosophia,
Ha muito busco em v茫o–ha muito, quem diria!
O mais cruel ideal das concep莽玫es serenas.

Tenho buscado em balde, e em v茫o por todo o mundo;
Esconde-se o ideal no sitio mais profundo,
No mar, no inferno, em tudo, aonde existe a d么r!…

De sorte que hoje emfim, descrente, resignado,
Concentrei-me em mim s贸, n’um tedio indignado,
E apaguei a lanterna – 脡 s贸 um sonho o Amor!

A um Corpo Perfeito

Nenhum corpo mais lacteo e sem defeito
Mais roseo, esculptural e femenino,
Pode igualar-se ao seu, branco e divino
Immovel, n霉, sobre o comprido leito! –

Nada te eguala! O ferro do assassino
Podia, hoje, matal-a, que o meu peito
Seria o esquife embalsamado e fino
D’aquelle corpo sem rival, perfeito.

Por isso 茅 muito altiva e apetecida; –
E o goso sensual de a v锚r vencida
Ha de ser forte, extranho e singular…

Como o das cousas dignas de castigo;
– Ou d’um amante sacerdote antigo,
Derrubando uma deusa d’um altar.