Sonetos sobre Signos de Vinicius de Moraes

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Sonetos de signos de Vinicius de Moraes. Leia este e outros sonetos de Vinicius de Moraes em Poetris.

Octavio

Toca a boca, olha as coisas abstrato
Percorre da varanda os quatro cantos
E tirando do corpo um carrapato
Imagina o romance mil e tantos…

Logo após olha o mundo e o vê morrendo
Sob a opressão tirânica do mal
E como um passarinho, vai correndo…
Escrever um tratado social

É amigo de um “braço” na poesia
E de um outro que é só filosofia
E de um terceiro, romancista: veja

Quanto livro a escrever ainda teria
O ditador Octavio de Faria
Sob o signo cristão da nova Igreja…

Mário

Entre meditabundo e sonolento
Sobre a fofa delícia da almofada
Ele vai perseguindo na jornada
Através do Ottocento e o Novecento

Não o tires dali que dá pancada
Todo o resto prá ele é sofrimento
Vai colhendo da flor do pensamento
Toda a filosofia desejada

Só abandona voluntário o élan
Para o banho de poço da manhã
“Mens sana…” disse François Leblon

E às vezes, Carnaval, diz na folia
E passeia porrado pela orgia
Sob o signo pagão do rei Mammon.