Sonetos sobre Terra de Ant贸nio Nobre

3 resultados
Sonetos de terra de Ant贸nio Nobre. Leia este e outros sonetos de Ant贸nio Nobre em Poetris.

Vae para um Convento!

Falhei na Vida. Zut! Ideaes caidos!
Torres por terra! As arvores sem ramos!
脫 meus amigos! todos n贸s falhamos…
Nada nos resta. Somos uns perdidos.

Choremos, abracemo-nos, unidos!
Que fazer? Porque n茫o nos suicidamos?
Jezus! Jezus! Resigna莽茫o… Formamos
No mundo, o Claustro-pleno dos Vencidos.

Troquemos o burel por esta capa!
Ao longe, os sinos mysticos da Trappa
Clamam por n贸s, convidam-nos a entrar…

Vamos semear o p茫o, podar as uvas,
Pegae na enxada, descal莽ae as luvas,
Tendes bom corpo, Irm茫os! Vamos cavar…

A Fran莽a!

Vou sobre o Oceano (o luar de lindo enleva!)
Por este mar de Gloria, em plena paz.
Terras da Patria somem-se na treva,
Agoas de Portugal ficam, atraz…

Onde vou eu? Meu fado onde me leva?
Antonio, onde vaes tu, doido rapaz?
N茫o sei. Mas o vapor, quando se eleva,
Lembra o meu cora莽茫o, na ancia em que jaz…

脫 Luzitania que te vaes 谩 vela!
Adeus! que eu parto (rezarei por ella…)
Na minha Nau Catharineta, adeus!

Paquete, meu paquete, anda ligeiro!
Sobe depressa 谩 gavea, marinheiro,
E grita, Fran莽a! pelo amor de Deus!…

S锚 Altivo!

Altos pinheiros septuagenarios
E ainda empertigados sobre a serra!
Sois os Enviados-extraordinarios,
Embaixadores d’El-Rey Pan, na Terra.

A noite, sob aquelles lampadarios,
Conferenciaes com elle… Ha paz? Ha guerra?
E tomam notas vossos secretarios,
Que o Livro Verde secular encerra.

Hirtos e altos, Tayllerands dos montes!
Tendes a linha, n茫o vergaes as frontes
Na exigencia da c么rte, ou beija-m茫o!

Voltaes aos homens com desdem a face…
Ai oxal谩! que Pan me despachasse
Addido 谩 vossa extranha lega莽茫o!