Verdade Ă© CoerĂȘncia

NĂŁo hĂĄ verdade, nem necessidade absoluta. Chamamos verdadeiro a um conceito, que concorda com o sistema geral de todos os nossos conceitos; verdadeira a uma percepção, que nĂŁo contradiz o sistema das nossas percepçÔes; verdade Ă© coerĂȘncia. E, no que respeita a todo o sistema, ao conjunto, dado que, fora dele, nĂŁo existe nada que seja para nĂłs conhecido, nĂŁo podemos dizer se Ă© ou nĂŁo verdadeiro. É imaginĂĄvel que o universo seja, em si, fora de nĂłs, muito diferente daquilo que nos parece, ainda que esta seja uma suposição que carece de todo o sentido racional. E, no que toca Ă  necessidade, hĂĄ uma necessidade absoluta? NecessĂĄrio nĂŁo Ă© senĂŁo aquilo que Ă©, e enquanto o Ă©, pois que, noutro sentido mais transcendental, que necessidade absoluta, lĂłgica, independente do facto de que o universo existe, hĂĄ de que haja universo ou qualquer outra coisa?
O relativismo absoluto, que não é mais nem menos do que o ceptcismo, no sentido mais moderno desta denominação, é o triunfo supremo da razão raciocinante.