Aptidão, Vontade, e Acção

No reino da Natureza dominam o movimento e o agir. No reino da liberdade dominam a aptidĂŁo e o querer. O movimento Ă© perpĂ©tuo e, sendo favorĂĄveis as circunstĂąncias, manifesta-se necessariamente nos fenĂłmenos. As aptidĂ”es, desenvolvendo-se embora em correspondĂȘncia com a Natureza, tĂȘm contudo que ser postas em exercĂ­cio por parte da vontade para poderem elevar-se gradualmente. É por isso que nunca temos no exercĂ­cio livre da vontade a mesma certeza que temos na autonomia do agir natural; este Ășltimo Ă© qualquer coisa que se produz a si mesma enquanto que o primeiro Ă© produzido.
O exercĂ­cio da vontade, para ser perfeito e eficaz, tem que se adequar: no plano moral, Ă  consciĂȘncia – a uma consciĂȘncia sem erro -, e, no domĂ­nio das artes, Ă  regra – a uma regra que em nenhum lado estĂĄ enunciada. A consciĂȘncia nĂŁo precisa de nenhum patrocĂ­nio, porque tem tudo o que lhe Ă© necessĂĄrio e porque sĂł tem que ver com o mundo pessoal interior. O gĂ©nio tambĂ©m nĂŁo precisaria de nenhuma regra, mas, uma vez que a sua eficĂĄcia se dirige para o exterior, estĂĄ na dependĂȘncia de mĂșltiplas contingĂȘncias materiais e temporais, nĂŁo lhe sendo possĂ­vel escapar a erros que daĂ­ decorrem.

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