Textos sobre Ninguém de Johann Wolfgang von Goethe

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Textos de ninguém de Johann Wolfgang von Goethe. Leia este e outros textos de Johann Wolfgang von Goethe em Poetris.

Sobre a Descoberta

Ninguém nos pode privar da alegria do primeiro momento de consciência, ou seja, da descoberta. Mas, se reclamamos as respectivas honras, a alegria corre grave risco de se desfazer. Porque na maior parte dos casos não somos os primeiros.
O que é a descoberta? E quem pode dizer que descobriu isto ou aquilo? Que grande loucura é afinal alardear prioridades nesta matéria. Porque não querer confessar abertamente o plágio é arrogância e inconsciência.
Há dois sentimentos que são os mais difíceis de ultrapassar: o que resulta de descobrir uma coisa que já foi descoberta e o que decorre de se não ver descoberto aquilo que se devia ter descoberto.

A Liberdade de Imprensa

A censura e a liberdade de imprensa hão-de continuar sempre a sua luta. O poderoso exige e exerce a censura; o homem sem poderes reclama a liberdade de imprensa. O primeiro quer ser obedecido, em vez de ser limitado nos seus planos ou na sua actividade por uma contradição insolente. O segundo quer dar voz às razões que lhe legitimam a desobediência. Por toda a parte se encontrará uma tal oposição.
Notar-se-à contudo também que, à sua maneira, o mais fraco, o que sofre a dominação, procura igualmente limitar a liberdade de imprensa, nomeadamente quando conspira e procura não ser traído.
Ninguém clama tanto por liberdade de imprensa como aquele que a quer perverter.

Viver o Dia-a-Dia

Sou forçado a considerar que o pior mal dos nossos dias, aquele que não permite que nada chegue a amadurecer, reside no facto de os homens deixarem que cada momento se consuma completamente no momento seguinte, que o dia se esgote em si mesmo, ou seja, em viverem exclusivamente o dia-a-dia sem qualquer perspectiva de futuro. Até já temos jornais destinados a diferentes partes do dia!
E não custa acreditar que haja alguém com esperteza suficiente para inventar mais alguns pelo meio. Mas deste modo tudo o que se faz, tudo o que se empreende, se imagina ou se projecta vai sendo arrastado para o domínio público; ninguém pode viver as suas alegrias ou as suas tristezas sem que isso se torne passatempo dos outros.