Sussurro
Isto é um poço. Hå sempre quem nele se debruce. A ågua
continua a correr sem qualquer destino, e sabemos
como se afasta devagar para ser igual Ă s vestes
caĂdas, talvez abandonadas. Assim tu podes ver
o que se confunde ali com a luz e, depois, se torna
mais nosso. Sem pressa aproximas-te agora desse espelho
vazio e sentirås que só a brisa desce até ficarmos
perto de alguns sulcos. Eles tornaram-se maiores, humedecidos.
Inclinas-te um pouco mais como se finalmente escutasses
uma confidĂȘncia. Sabemos que Ă© em vĂŁo porque ninguĂ©m se encontra
ao teu lado e jĂĄ nĂŁo Ă© suficiente o sussurro da ĂĄgua.
Passagens sobre ConfidĂȘncia
23 resultadosVastos Campos
Vou fazer-te uma confidĂȘncia, talvez tenha jĂĄ começado a envelhecer e o desejo, esse cĂŁo, ladra-me agora menos Ă porta. Nunca precisei de frequentar curandeiros da alma para saber como sĂŁo vastos os campos do delĂrio. Agora vou sentar-me no jardim, estou cansado, setembro foi mĂȘs de venenosas claridades, mas esta noite, para minha alegria, a terra vai arder comigo. AtĂ© ao fim.
A Mais Vil de Todas as Necessidades
A mais vil de todas as necessidades – a da confidĂȘncia, a da confissĂŁo. Ă a necessidade da alma de ser exterior. Confessa, sim; mas confessa o que nĂŁo sentes. Livra a tua alma, sim, do peso dos teus segredos, dizendo-os; mas ainda bem que os segredos que digas, nunca os tenhas tido. Mente a ti prĂłprio antes de dizeres essa verdade. Exprimir Ă© sempre errar. SĂȘ consciente: exprimir seja, para ti, mentir.