Veio Tudo de Longe

Veio tudo de longe para ser
uma sĂł coisa, nupcial e magnĂ­fica.
Caminho e tenda. O mar. Livros. A indizĂ­vel
matéria da dor. Ternura
cercada e repartida, pouco
a pouco, à mesa rápida
dos lábios, clandestina voz baixa
das mĂŁos juntas. Sobreviventes
de invernos, dĂşvidas, denĂşncias.
E o teu sorriso honrado. A oferta
duplicada e vulcânica
dos seios. Esta noite que nos pĂ´s
Ă  prova. Sobre o vento e o repouso
do vento. E a mĂşsica ainda cheia
de muitos outros quartos. Sim, a importância
do teu rosto: alvo claro deste mĂŞs
desmedido que nĂłs somos.

Veio tudo de longe para ser
uma só coisa, sagrada e partilhável.

O banho comum gradual e abundante
dos sentidos. As faces que sĂł tenho
entre o convĂ­vio doce dos teus dedos
sempre em férias. E a chave
do desejo. Erecta dureza doadora
do Ăłleo e da viagem
aos lugares da origem
e do ĂŞxtase. Resposta
da terra contra a terra.

E a surpresa ensina e desvenda
as partes mais antigas da alegria
dupla,

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