Da ViolĂȘncia
A violĂȘncia que trazemos no sangue
ninguém a sabe e todos (casas
desmoronadas) a exaltam e todos
a descombinamos
gota a gota
em nossos movimentos de cinza
transitĂłria â esta violĂȘncia
residual
tem do corpo a secura a configuração
cavada no sono na fogueira sem cor
de cidades levantadas sobre a doença sobre
a simulação
de fogo suspenso
no arame dos ossos â
Poemas sobre Cinzas de Casimiro de Brito
3 resultadosEstar no Mundo
Ao corpo colados a silenciosas
colunas de sal pavimentados eis os muros
paralelos eis as råpidas deformaçÔes da
linguagem (cĂĄlido ascetismo)
de quem arde por dentro â estar no mundo
Ă© teu caminho estar na cĂłlera
lavrada
e sobre si mesma dobrada e a guerra
mastigar a morte seca a subalimentada
explosĂŁo do corpo deformaçÔes suicĂdio
quotidiano â tal a poesia
se reflecte na luz a erosĂŁo do poema
o apodrece e movimentaâ cinza mineral
entre restos de mĂșsica e pĂŁo â
Nossa MemĂłria
Nossa memĂłria sempre foi a memĂłria
dos monstros nosso enigmĂĄtico testamento
de altas labaredas sempre foi
o caminho
devastado pelo sangue pela circuncisa memĂłria
dos mortos pelo perfil
dos astros â nossa colorida volĂșpia
sempre foi dos monstros
a mais crua linguagem hĂșmida fuga
desolada
através do tempo através do medo
de nĂŁo sermos belos de nĂŁo sabermos
esculpir na cinza o sopro
de tanta luz tĂŁo prostituĂda â