Poemas sobre Deus de Gonçalo M. Tavares

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A Minha ReligiĂŁo Ă© o Novo

A minha ReligiĂŁo Ă© o Novo.
Este dia, por exemplo; o pĂŽr do Sol,
estas invençÔes habituais: o Mar.
Ainda:
os cisnes a Ralhar com a ĂĄgua. A Rapariga mais bonita que
ontem.
Deus como habitante Ășnico.
Todos somos estrangeiros a esta RegiĂŁo, cujo Ășnico habitante
verdadeiro Ă© Deus (este bem podia ser o RĂłtulo do nosso
Frasco).
Dele também se podia dizer, como homenagem:
HĂłspede discreto.
Ou mais pomposamente:
O Enorme HĂłspede discreto.
Ou dizer ainda, para demorar Deus mais tempo nos lĂĄbios ou
neste caso no papel, na escrita, dizer ainda, no seu epitĂĄfio que
nunca chega, que nunca serĂĄ Ăștil, dizer dele:
em todo o lado Ă© hĂłspede,
e em todo o lado Ă© Discreto.

A Força Exacta Ă© ViolĂȘncia

a Força Exacta Ă© violĂȘncia.
a Força em espirro, ao acaso, nĂŁo Ă© violĂȘncia, Ă© existĂȘncia.
O mal é Fixar a Força (direccionå-la) porque a natureza espon-
tĂąnea nĂŁo o FAZ.
Natural é ser FORTE, isto é, avançar.
Violento é o Percurso que antecede o viajante. Antes dos pés:
Sapatos; a estrada.
A Força Exacta Ă© violĂȘncia.
A natureza não tem, nunca teve, Forças EXACTAS.
E tudo o que o homem faz Ă© tornar exacta a FORÇA.
Ser violento Ă© construir; todo o EdifĂ­cio Ă© violĂȘncia.
O homem Ă© o Exacto da Natureza; a falha NATURAL; o Erro.
Deus errou:
fez o homem EXACTO.