Poemas sobre Economia

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Poemas de economia escritos por poetas consagrados, filósofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.

Fragmento Terceiro

I

Campos de ira, tĂŁo vasto sentimento
vos afasta. Ă­ris morta! Os actos radicais
constroem, em projeto, um frĂĄgil
universo – a tinta, o espaço óptico.
Descansam os sentidos sobre prĂłdigas
defesas: os filtros turvos, as precauçÔes
na sua cura. Os nervos tersos
da anålise da vida e da matéria.

II

Desviam-se dos livros. Hoje escreve
contra a morte dos olhos, a existĂȘncia
passĂ­vel de leitura. Ineptos, os sons
perdem-se na encosta. o vento fere
ainda? Inscrito
na årea da cabeça, é esse rastro
ainda vivo. Domino a sua queda, os seus poderes
punitivos, a sua força hereditåria.

III

Persistir no imĂłvel. Preencher
os anos que nos moldam
no vigor da fibra, no duro movimento
interior — a que destino, a que imaturo
ritmo, sem preço? Pois é o caro
prémio deste dorso
de o cumprir, pensar, até ao fim.
Ou de saber adestrå-lo até que,
exausto, sĂł impulso
vigore — a morte lida
num prĂłximo sentido, ainda vivo.

IV

Como contacto Ășnico,

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ReticĂȘncias

Arrumar a vida, pÎr prateleiras na vontade e na acção.
Quero fazer isto agora, como sempre quis, com o mesmo resultado;
Mas que bom ter o propĂłsito claro, firme sĂł na clareza, de fazer qualquer coisa!
Vou fazer as malas para o Definitivo,
Organizar Álvaro de Campos,
E amanhĂŁ ficar na mesma coisa que antes de ontem — um antes de ontem que Ă© sempre…
Sorrio do conhecimento antecipado da coisa-nenhuma que serei.
Sorrio ao menos; sempre Ă© alguma coisa o sorrir…
Produtos romĂąnticos, nĂłs todos…
E se nĂŁo fĂŽssemos produtos romĂąnticos, se calhar nĂŁo serĂ­amos nada.
Assim se faz a literatura…
Santos Deuses, assim até se faz a vida!
Os outros também são romùnticos,
Os outros também não realizam nada, e são ricos e pobres,
Os outros também levam a vida a olhar para as malas a arrumar,
Os outros também dormem ao lado dos papéis meio compostos,
Os outros também são eu.
Vendedeira da rua cantando o teu pregĂŁo como um hino inconsciente,
Rodinha dentada na relojoaria da economia polĂ­tica,
Mãe, presente ou futura, de mortos no descascar dos Impérios,

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