O Dinheiro

O dinheiro Ć© tĆ£o bonito,
TĆ£o bonito, o maganĆ£o!
Tem tanta graƧa, o maldito,
Tem tanto chiste, o ladrĆ£o!
O falar, fala de um modo…
Todo ele, aquele todo…
E elas acham-no tĆ£o guapo!
Velhinha ou moƧa que veja,
Por mais esquiva que seja,
Tlim!
Papo.

E a cegueira da justiƧa
Como ele a tira num ai!
Sem lhe tocar com a pinƧa;
E sĆ³ dizer-lhe: Ā«AĆ­ vai…Ā»
OperaĆ§Ć£o melindrosa,
Que nĆ£o Ć© lĆ” qualquer coisa;
Catarata, tome conta!
Pois nĆ£o faz mais do que isto,
Diz-me um juiz que o tem visto:
Tlim!
Pronta.

Nessas espƩcies de exames
Que a gente faz em rapaz,
SĆ£o milagres aos enxames
O que aquele demo faz!
Sem saber nem patavina
De gramƔtica latina,
Quer-se um rapaz dali fora?
Vai ele com tais falinhas,
Tais gaifonas, tais coisinhas…
Tlim!
Ora…

Aquela fisionomia
Ɖ lĆ”bia que o demo tem!
Mas numa secretaria
AĆ­ Ć© que Ć© vĆŖ-lo bem!
Quando ele de grande gala,
Entra o ministro na sala,

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