Passagens sobre Ladrões

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Frases sobre ladrões, poemas sobre ladrões e outras passagens sobre ladrões para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Divisamos assim o Adolescente

Divisamos assim o adolescente,
A rir, desnudo, em praias impolutas.
Amado por um fauno sem presente
E sem passado, eternas prostitutas
Velam por seu sono. Assim, pendente
O rosto sobre um ombro, pelas grutas
Do tempo o contemplamos, refulgente
Segredo de uma concha sem volutas.
Infância e madureza o cortejavam,
Velhice vigilante o protegia.
E loucos e ladrões acalentavam
Seu sonho suave, até que um deus fendia
O céu, buscando arrebata-lo, enquanto
Durasse ainda aquele breve encanto.

Ser médico é uma tarefa ingrata. Quando é pago pelos ricos, corre o risco de ser considerado como um criado, quando é pago pelos pobres, um ladrão.

Simplicidade Extrema

Põe de lado os estudos e não conhecerás o sofrimento. Põe de lado a erudição e afasta a sabedoria e o povo será cem vezes mais beneficiado. Põe de lado a benevolência e afasta a rectidão e o povo te pagará com dever filial e amor fraternal. Põe de lado o artifício e afasta o lucro e não haverá mais bandoleiros e ladrões. Mantém-te na simplicidade, restringe o egoísmo e refreia os desejos.

Ăšltimo Credo

Como ama o homem adúltero o adultério
E o Ă©brio a garrafa tĂłxica de rum,
Amo o coveiro este ladrĂŁo comum
Que arrasta a gente para o cemitério!

É o transcendentalíssimo mistério!
É o nous, é o pneuma, é o ego sum qui sum,
É a morte, é esse danado número Um,
Que matou Cristo e que matou Tibério.

Creio como o filĂłsofo mais crente,
Na generalidade decrescente
Com que a substância cĂłsmica evolue…

Creio, perante a evolução imensa,
Que o homem universal de amanhã vença
O homem particular que eu ontem fui!

Sei que pareço um ladrão
Mas há muitos que eu conheço
que, sem parecer que o sĂŁo,
são aquilo que eu pareço.

As citações, no meu trabalho, são como ladrões à beira da estrada, que irrompem armados e arrebatam o consciente do ocioso viajante.

O Corpo Insurrecto

Sendo com o seu ouro, aurĂ­fero,
o corpo Ă© insurrecto.
Consome-se, combustĂ­vel,
no sexo, boca e recto.

Ainda antes que pegue
aos cinco sentidos a chama,
por um aceso acesso
da imaginação
ateiam-se Ă  cama
ou a sĂ­tio algures,
terra de ninguém,
(quem desliza é o espaço
para o corpo que vem),

labaredas tais
que, lume, crepitam
nos ciclos mais extremos,
nas réstias mais íntimas,
as glândulas, esponjas
que os corpos apoiam,
zonas aquáticas
onde os ĂłrgĂŁos boiam.

No amor, dizendo acto de o sagrar,
apertado o corpo do recém-nascido
no ovo solar, há ainda um outro
corpo incluĂ­do,
mas um corpo aquém
de ser sĂŁo ou podre,
um repuxo, um magma,
substância solta,
com pulmões.

Neste amor equĂ­voco
(ou respiração),
sendo um corpo humano,
sendo outro mais alto,
suspenso da morte,
mortalmente intenso,
mais alto e mais denso,

mais talhado Ă© o golpe
quando o põem em prática
com desassossego na respiração
e o sossego cru de quem,

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Sepultura d’um Poeta Maldito

Se, em noite horrorosa, escura,
Um cristĂŁo, por piedade,
te conceder sepultura
Nas ruĂ­nas d’alguma herdade,

As aranhas hĂŁo-de armar
No teu coval suas teias,
E nele irĂŁo procriar
VĂ­boras e centopeias.

E sobre a tua cabeça,
A impedi-la que adormeça.
– Em constantes comoções,

Hás-de ouvir lobos uivar,
Das bruxas o praguejar,
E os conluios dos ladrões.

Tradução de Delfim Guimarães

Saber Estar

És impaciente e difícil de contentar. Se estás só, queixas-te da solidão; se na companhia dos outros, tu os chamas de conspiradores e de ladrões, e achas defeitos nos teus próprios pais, filhos, irmãos e vizinhos. No entanto, quando estás sozinho, deves falar em tranquilidade e liberdade e te considerares igual aos deuses. E quando estás em companhia numerosa, não a deves chamar de turba aborrecida ou ruidosa, mas de assembleia e tribunal, dessarte aceitando tudo com contentamento.