A felicidade é muito mais rara por culpa dos homens, do que por culpa das coisas.
Passagens de Paolo Mantegazza
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O futuro é invisível para os olhos e intangível para as mãos, e vê-se apenas através dum vidro, que é verde ou cor-de-rosa, segundo somos pessimistas ou optimistas.
Quanta gente é boa, porque não tem a coragem de ser má!
Numa família de aventureiros, quase nunca desponta um lírio de inocência.
O amor é o melhor padrinho do casamento, e a estima recíproca o seu amigo mais fiel.
A mulher perdoa a fealdade, os cabelos brancos e até as doenças repugnantes; mas o que nunca perdoa é a estupidez.
Da luz apenas fogem os escaravelhos, os ladrões e os ignorantes.
O impudor mata talvez mais amores do que a infidelidade.
Muitas vezes a graça é o efeito de uma arte requintada, que vem corrigir os defeitos da natureza.
Quando o suicida não é um louco, é um cobarde.
Alguma coisa há mais perigosa do que a ignorância, e é não a conhecer; porque todas as ignorâncias humanas, que são mais inumeráveis do que as estrelas do céu, a pior de todas, a mais fatal, a mais fecunda de infinitos desastres, é a ignorância da própria ignorância.
Todos os dias as mãos cortam os pequenos nós que se lhes formam entre os dedos, ao enovelarem a difícil meada da vida, com aquela pequena espada, que elas têm sempre na algibeira, à mesa, na cama, em toda a parte, e que se chama mentira.
A ignorância, em certos casos, é uma grande garantia da felicidade.
Homens e mulheres formam duas confrarias, armadas uma contra a outra, que se adoram, mas que se combatem.
O egoísmo pode tornar-nos felizes durante uma hora ou um dia, mas faz-nos desditosos durante a vida inteira.
O galanteio é uma virtude biológica dos dois sexos, os quais, no período da fecundidade, devem agradar um ao outro e excitar o amor recíproco.
As crianças são quase sempre felizes, porque não pensam na felicidade. Os velhos são muitas vezes infelizes, porque pensam demasiadamente nela.
A inveja nada mais é que o ódio à superioridade.
O dinheiro é um amante sem sexo, mas de que se enamoram todos – homens e mulheres.
O dinheiro é instrumento de felicidade, mas não é a felicidade.