Poemas sobre Horas de Fernanda de Castro

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Poemas de horas de Fernanda de Castro. Leia este e outros poemas de Fernanda de Castro em Poetris.

SilĂȘncio, Nostalgia…

SilĂȘncio, nostalgia…
Hora morta, desfolhada,
sem dor, sem alegria,
pelo tempo abandonada.

Luz de Outono, fria, fria…
Hora inĂștil e sombria
de abandono.
Não sei se é tédio, sono,
silĂȘncio ou nostalgia.

InterminĂĄvel dia
de indizíveis cansaços,
de funda melancolia.
Sem rumo para os meus passos,
para que servem meus braços,
nesta hora fria, fria?

O Segredo Ă© Amar

O segredo Ă© amar. Amar a Vida
com tudo o que hĂĄ de bom e mau em nĂłs.
Amar a hora breve e apetecida,
ouvir os sons em cada voz
e ver todos os céus em cada olhar.

Amar por mil razÔes e sem razão.
Amar, sĂł por amar,
com os nervos, o sangue, o coração.
Viver em cada instante a eternidade
e ver, na prĂłpria sombra, claridade.

O segredo Ă© amar, mas amar com prazer,
sem limites, fronteiras, horizonte.
Beber em cada fonte,
florir em cada flor,
nascer em cada ninho,
sorver a terra inteira como o vinho.

Amar o ramo em flor que hĂĄ-de nascer,
de cada obscura, tĂ­mida raiz.
Amar em cada pedra, em cada ser,
S. Francisco de Assis.

Amar o tronco, a folha verde,
amar cada alegria, cada mĂĄgoa,
pois um beijo de amor jamais se perde
e cedo refloresce em pĂŁo, em ĂĄgua!