Depois de Te Haver Criado, a Natureza Pasmou
A mãe, que em berço dourado
PĂ´s teu corpo cristalino,
É sup’rior ao Destino,
Depois de te haver criado.
Quando Amor, o Nume alado,
Tua infância acalentou,
Quando os teus dias fadou,
Minha LĂlia, minha amada,
A mĂŁe ficou encantada,
A Natureza pasmou.Deve dar breve cuidado,
Motivar grande atenção,
A um Deus a criação,
Depois de te haver criado.
Deve de ser refinado
O engenho que ele mostrar
Desde o ponto em que criar;
Cuide nisto a omnipotĂŞncia,
Porque, ao ver a sua essĂŞncia,
A Natureza pasmou.Ao mesmo Céu não é dado
(Bem que tanto poder goza)
Criar coisa tĂŁo formosa
Depois de te haver criado.
Naquele instante dourado,
Em que teus dotes formou,
Apenas os completou,
Arengando-lhe o Destino,
Em um ĂŞxtase divino
A Natureza pasmou.O Céu nos tem outorgado
Quanto outorgar-nos podia;
O Céu que mais nos daria
Depois de te haver criado?
Ninfa, das Graças traslado,
Ninfa, de que escravo sou,
Jove em ti se enfeitiçou,
Poemas sobre Infância de Manuel Maria Barbosa du Bocage
1 resultado Poemas de infância de Manuel Maria Barbosa du Bocage. Leia este e outros poemas de Manuel Maria Barbosa du Bocage em Poetris.