Poemas sobre Infinito de Francisco Bugalho

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Poemas de infinito de Francisco Bugalho. Leia este e outros poemas de Francisco Bugalho em Poetris.

Chuva

Chuva, caindo tĂŁo mansa,
Na paisagem do momento,
Trazes mais esta lembrança
De profundo isolamento.

Chuva, caindo em silĂȘncio
Na tarde, sem claridade…
A meu sonhar d’hoje, vence-o
Uma infinita saudade.

Chuva, caindo tĂŁo mansa,
Em branda serenidade.
Hoje minh’alma descansa.
— Que perfeita intimidade!…

Dois Meninos

Meu menino canta, canta
Uma canção que é ele só que entende
E que o faz sorrir.

Meu menino tem nos olhos os mistérios
Dum mundo que ele vĂȘ e que eu nĂŁo vejo
Mas de que tenho saudades infinitas.

As cinco pedrinhas sĂŁo mundos na mĂŁo.
Formigas que passam,
Se brinca no chĂŁo,
SĂŁo seres irreais…

Meu menino d’olhos verdes como as ĂĄguas
NĂŁo sabe falar,
Mas sabe fazer arabescos de sons
Que tĂȘm poesia.

Meu menino ama os cĂŁes,
Os gatos, as aves e os galos,
(SĂŁo Francisco de Assis
Em menino pequeno)
E fica horas sem fim,
Enlevado, a olhĂĄ-los.

E ao vĂȘ-lo brincar, no chĂŁo sentadinho,
Eu tenho saudades, saudades, saudades
Dum outro menino…